Como é realizada a indicação de medicamentos por farmacêuticos comunitários no Brasil?

Autores

  • Karolini de Faria Mota Universidade Federal de São João del-Rei
  • William Neves Oliveira Universidade Federal de São João del-Rei
  • Mariana Linhares Pereira Universidade Federal de São João del-Rei
  • Elaine Cristina Coelho Baptista Farmacêutica do Instituto Hone
  • Tiago Marques dos Reis Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)
  • Leonardo Régis Leira Pereira Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (FCFRP-USP)
  • Mariana Martins Gonzaga do Nascimento Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Paulo Roque Obreli-Neto Faculdades Integradas de Ourinhos
  • Patrícia Melo Aguiar Universidade de São Paulo
  • André Oliveira Baldoni Universidade Federal de São João del-Rei

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v23i2.34126

Palavras-chave:

Serviços Comunitários de Farmácia, Medicamentos sem Prescrição, Prática Clínica Baseada em Evidências

Resumo

Introdução: O farmacêutico é o responsável pela indicação farmacêutica como ato profissional em que se responsabiliza pela seleção de um medicamento isento de prescrição. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi conhecer a atitude dos farmacêuticos comunitários em relação à prática da indicação farmacêutica. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e transversal para o qual foram convidados todos os farmacêuticos de farmácias comunitárias da região metropolitana de Belo Horizonte/MG, (n=1.624) via e-mail. Para a coleta de dados (período de outubro a dezembro de 2017), foi utilizado um questionário disponibilizado na plataforma Google Docs®, contendo uma questão de múltipla escolha relacionada à conduta de indicação de medicamentos. Resultados: Foram recebidas respostas de 108 farmacêuticos, dos quais 88,0% declararam realizar indicação farmacêutica, 7,4% autodeclararam nunca os indicar, e 4,6% preferiram não responder. Dentre os farmacêuticos que os indicam, 28,4% descreveram condutas inadequadas na indicação de medicamentos como sugerir o uso daqueles que não eram isentos de prescrição e/ou indicar medicamentos para tratamento de problemas de saúde que não eram autolimitados, representado condutas farmacêuticas que podem ter implicações legais e resultados clínicos negativos. Conclusão: Para mudança desse cenário, além de ser imprescindível que o farmacêutico comunitário conheça e cumpra as legislações sanitárias e de exercício da profissão, também é importante o desenvolvimento de competências relacionadas à prática clínica baseada em evidências e aos serviços clínicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Dader MJF, Muñoz PA, Martínez-Martínez F. Atención farmacéutica - Conceptos, procesos y casos prácticos. 1.ed. Madrid: Editora Ergon; 2008. p. 246.

Conselho Federal de Farmácia. CFF. Resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013. Ementa: Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.Diário Oficial da União, Brasília, 26 de setembro de 2013. Seção 1, p. 136.

Correr CJ, Pontarolo R, Ribeiro AS de C. A farmácia comunitária no Brasil. In: A prática farmacêutica na farmácia comunitária. Porto Alegre: Artmed Editora; 2013. p. 440.

Conselho Federal de Farmácia. CFF. Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013. Ementa: Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de setembro de 2013. Seção 1, p. 186.

Rafferty E, Yaghoubi M, Taylor J, Farag M. Costs and savings associated with a pharmacists prescribing for minor ailments program in Saskatchewan. Cost Eff Resour Alloc. 2017;15:3.

Dineen-Griffin S, Vargas C, Williams KA, Benrimoj SI, Garcia-Cardenas V. Cost utility of a pharmacist-led minor ailment service compared with usual pharmacist care. Cost Eff Resour Alloc [Internet]. 2020 Dec 28;18(1):24.

Watson MC, Ferguson J, Barton GR, et alA cohort study of influences, health outcomes and costs of patients’ health-seeking behaviour for minor ailments from primary and emergency care settings. BMJ Open 2015;5:e006261.

Fielding S, Porteous T, Ferguson J, Maskrey V, Blyth A, Paudyal V, et al. Estimating the burden of minor ailment consultations in general practices and emergency departments through retrospective review of routine data in North East Scotland. Fam Pract. 2015;32(2):165–72.

Lynas K. Pharmacist prescribing for minor ailments could significantly relieve pressure on ERs, say New Brunswick pharmacists. Can Pharm J (Ott) [Internet]. 2013 Mar;146(2):70–2.

Hall G, Cork T, White S, Berry H, Smith L. Evaluation of a new patient consultation initiative in community pharmacy for ear, nose and throat and eye conditions. BMC Health Serv Res [Internet]. 2019 May 3;19(1):285.

Mansell K, Bootsman N, Kuntz A, Taylor J. Evaluating pharmacist prescribing for minor ailments. Int J Pharm Pract [Internet]. 2015 Apr 1;23(2):95–101.

Boag L, Maclure K, Boyter A, Cunningham S, Akram G, McQuillan H, et al. Public perceptions and experiences of the minor ailment service in community pharmacy in Scotland. Pharm Pract (Granada) [Internet]. 2021 Feb 12;19(1):2152.

Correr CJ, Otuki MF. A prática farmacêutica na farmácia comunitária. 1.ed. Porto Alegre: Artmed Editora; 2013. p. 454.

Gilson AM, Stone JA, Reddy A, Chui MA. Exploring how pharmacists engage with patients about over-the-counter medications. J Am Pharm Assoc (2003). 2019;59(6):852–6.

Lakatos EM, Marconi M de A. Metodologia científica. 8.ed. São Paulo: Editora Atlas; 2017. p. 256.

Reis TM Dos. Conhecimento e condutas dos farmacêuticos para a dispensação de medicamentos e a realização da Atenção Farmacêutica em drogarias [Dissertação de Mestrado]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); 2013. 91p. Disponível em: https:// lume.ufrgs.br/handle/10183/119379?fbclid=IwAR3B_ zXxgmDU1RWmaA__RLLj9-4hTpVMdwLFnsCiW6- y8aBJMAkW29d1Qvk

Conselho Federal de Farmácia. CFF. Resolução nº 596, de 21 de fevereiro de 2014. Ementa: Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de março de 2014. Seção 1, p. 99.

Krinsky D, Ferreri S, Hemstreet B, Hume A, Newton G, Rollins C, et al. Handbook of Nonprescription Drugs: An Interactive Approach to Self-Care. 19.ed. Amer Pharmacists Assn; 2017. p. 1042.

Baqir W, Learoyd T, Sim A, Todd A. Cost analysis of a community pharmacy “minor ailment scheme” across three primary care trusts in the North East of England. J Public Heal. 2011;33(4):551–5.

Lafuente-Lafuente C, Leitao C, Kilani I, Kacher Z, Engels C, Canouï-Poitrine F, et al. Knowledge and use of evidence-based medicine in daily practice by health professionals: a cross-sectional survey. BMJ Open [Internet]. 2019 Mar 30;9(3):e025224.

Cook DJ, Mulrow CD, Haynes RB. Systematic reviews: synthesis of best evidence for clinical decisions. Ann Intern Med. 1997;126(5):376–80.

Reis T, Guidoni C, Girotto E, Rascado R, Mastroianni P, Cruciol J. Pharmaceutical care in Brazilian community pharmacies: Knowledge and practice. African J Pharm Pharmacol. 2015;9:287–94.

Reis T, Rocha K, Barros I, Santos L, Paixão F, Almeida F, et al. Pharmacists’ Skills in Conducting Clinical Services in Community Pharmacies in Urban Areas of Northeast Brazil. Lat Am J Pharm. 2015;34:725–31.

Brasil. Ministério da Educação. Resolução nº 6, de 19 de outubro de 2017. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de outubro de 2017. Seção 1, p. 30.

Atkinson J, de Paepe K, Sánchez Pozo A, Rekkas D, Volmer D, Hirvonen J, et al. What is a Pharmacist: Opinions of Pharmacy Department Academics and Community Pharmacists on Competences Required for Pharmacy Practice. Pharm (Basel, Switzerland) [Internet]. 2016;4(1):12.

Arquivos adicionais

Publicado

12-08-2022

Como Citar

de Faria Mota, K., Neves Oliveira, W., Linhares Pereira, M., Cristina Coelho Baptista, E., Marques dos Reis, T., Régis Leira Pereira, L., … Oliveira Baldoni, A. (2022). Como é realizada a indicação de medicamentos por farmacêuticos comunitários no Brasil?. Revista Brasileira De Pesquisa Em Saúde Brazilian Journal of Health Research, 23(2), 49–54. https://doi.org/10.47456/rbps.v23i2.34126

Edição

Seção

Artigos Originais