Características epidemiológicas de mortalidade materna em Minas Gerais, Brasil, de 2008 a 2019

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v23i4.35960

Palavras-chave:

Mortalidade Materna, Causas de Morte, Sistemas de Informação em Saúde, Saúde da Mulher

Resumo

Introdução: A mortalidade materna é um grave problema de saúde pública e evento evitável na grande maioria dos casos. Objetivos: Descrever características epidemiológicas e as principais causas de óbitos maternos em Minas Gerais, Brasil, no período 2008-2019. Métodos: Estudo ecológico utilizando o Sistema de Informações sobre Mortalidade. A razão de mortalidade materna foi estimada por triênios e por macrorregião de saúde através do número de óbitos maternos/número de nascidos vivos X 100 mil. Foram analisadas variáveis sociodemográficas (faixa etária, raça/cor, escolaridade e estado civil), óbitos por tipo de causa obstétrica e as principais causas por grupo e categoria. Resultados: Foram registrados 1.333 óbitos com disparidade nas razões de mortalidade materna das macrorregiões. A Nordeste esteve acima da média estadual em todos os triênios. A Leste apresentou valor alarmante no último triênio. Predominaram os óbitos em mulheres na faixa etária de 30 a 39 anos, raça cor parda, de 8 a 11 anos de escolaridade e estado civil solteiras. Razões de mortalidade materna foram mais altas em mulheres viúvas, nas faixas etárias avançadas e em indígenas e pretas. As causas mais frequentes foram a pré-eclâmpsia e hemorragia pós-parto. Conclusão: Permanece o desafio de reduzir os níveis de mortalidade materna no estado, sobretudo em macrorregiões onde os valores foram mais preocupantes. Medidas devem ser direcionadas aos grupos de maior vulnerabilidade. São necessárias ações estratégicas mais intensas para o enfrentamento da mortalidade materna.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Duarte EMS, Alencar ETS, Fonseca LGA, Silva SM, Machado MF, Araújo MDP, et al. Mortalidade materna e vulnerabilidade social no Estado de Alagoas no Nordeste brasileiro: uma abordagem espaço-temporal. Rev Bras Saúde Mater Infant [Internet]. 2020 [citado em 2020 out 26];20(2):575-586. Doi: https://doi.org/10.1590/1806- 93042020000200014.

Organização Mundial da Saúde. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID-10 Décima revisão. Trad. do Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família Classificações Internacionais em Português. 10. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; 2012.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Mortalidade Materna no Brasil. Boletim epidemiológico [Internet]. 2020 Mai; 51 (20): 21-27. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/ wp-content/uploads/2020/06/Boletim-epidemiologico- SVS-20-aa.pdf.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Agenda 2030 ODS – Metas Nacionais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [Internet]. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 2018. 546p. Disponível em: https:// www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/ livros/180801_ods_metas_nac_dos_obj_de_desenv_ susten_propos_de_adequa.pdf.

Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 1.119, de 11 de janeiro de 2010. Regulamenta a Vigilância de Óbitos Maternos. Diário Oficial da União.

World Health Organization. Trends in maternal mortality 2000 to 2017: estimates by WHO, UNICEF, UNFPA, World Bank Group and the United Nations Population Division: executive summary. Geneva: World Health

Organization; 2019. Available from: https://apps.who.int/ iris/handle/10665/327596.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual dos comitês de mortalidade materna [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2009 [citado em 2020 nov 16]. 104p.

Carreno I, Bonilha ALL, Costa JSD. Evolução temporal e distribuição espacial da morte materna. Rev Saúde Pública [Internet]. 2014 ago [citado em 2021 jan 6];48(4):662-670. Doi: https://doi.org/10.1590/S0034- 8910.2014048005220.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. SIDRA: Sistema IBGE de recuperação automática [internet]. Estimativas de população. Disponível em: https://sidra. ibge.gov.br/tabela/6579.

Ministério da Saúde (BR). DATASUS [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [cited 2020 dez 21]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/ deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvmg.def.

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Subsecretaria de Gestão Regional. Ajuste do Plano Diretor de Regionalização de Saúde de Minas Gerais (PDR/MG) [Internet]. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais; 2020 [citado em 2020 nov 10]. 475 p. Disponível em: https://www.saude.mg.gov.br/parceiro/ regionalizacao-pdr2.

Ministério da Saúde (BR). DATASUS [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [cited 2020 dez 21]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/ cnv/mat10mg.def.

Tavares LS, Leite IC, Noronha, MF, Rodrigues RN, Cunha GM, Valente JG et al. Diferenciais da carga de doença das condições maternas entre mulheres de 15 a 44 anos no Estado de Minas Gerais, 2004-2006. R. bras. Est. Pop. 2013; 30 Suplemento:119-134.

Silva BGC, Lima NP, Silva SG, Antúnez SF, Seerig LM, Restrepo-Méndez MC, et al. Mortalidade materna no Brasil no período de 2001 a 2012: tendência temporal e diferenças regionais. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2016 jul-set [citado em 2021 jan 10];19(3):484-93. Doi: https:// doi.org/10.1590/1980-5497201600030002.

Feitosa-Assis AI, Santana VS. Ocupação e mortalidade materna. Rev Saúde Pública [Internet]. 2020 Jul [citado em 2021 jan 4]; 54:64. Doi: https://doi.org/10.11606/s1518- 8787.2020054001736.

Gomes JO, Vieira MCA, Mistura C, Andrade GG, Barbosa KMGB, Carvalho e Lira MOS, et al. Perfil sociodemográfico e clínico de mortalidade materna. Rev enferm UFPE on line [Internet]. 2018 dez [citado em 2021 jan 03];12(12):3165-3171.Disponível em:https:// periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/ view/237316/30743.

Fernandes FCGM, Santos EGO, Barbosa IR. Age of first pregnancy in Brazil: data from the national health survey. J Hum Growth Dev. 2019; 29(3):304-312. DOI: https://doi.org/10.7322/jhgd.v29.9523.

Ferraz L, Bordignon M. Mortalidade materna no Brasil: uma realidade que precisa melhorar. Rev baiana saúde pública [Internet]. 2012 abr-jun [citado em 2021 jan 04];36(2):527-538. Doi: https://doi.org/10.22278/2318- 2660.2012.v36.n2.a474.

Martins ACS, Silva LS. Perfil epidemiológico de mortalidade materna. Rev bras enferm [Internet]. 2018 [citado em 2021 jan 4];71(supl 1):725-31. Doi:https://doi. org/10.1590/0034-7167-2017-0624.

Pícoli RP, Cazola LHO, Lemos EF. Mortalidade materna segundo raça/cor, em Mato Grosso do Sul, Brasil, de 2010 a 2015. Rev Bras Saúde Matern Infant [Internet]. 2017 out-dez [citado em 2021 jan 6];17(4):739-47. Doi:https://doi. org/10.1590/1806-93042017000400007.

Moraes MMS, Quaresma MA, Oliveira USJ, Silveira MMP. Classificação de risco gestacional baseada no perfil de óbitos maternos ocorridos de 2008 a 2013: relato de experiência no município de Porto Seguro, Bahia. Epidemiol Serv Saúde [Internet]. 2019 [citado em 2021 jan 6];28(3): e2018491. Doi:https://doi.org/10.5123/S1679- 49742019000300012.

Joseph KS, Boutin A, Lisonkova S, Muraca GM, Razaz N, John S et al. Maternal Mortality in the United States. Obstetrics & Gynecology [Internet]. 2021 [cited 2021 10 May]; 137 (5): 763-771. Disponível em: https://journals. lww.com/greenjournal/Fulltext/2021/05000/Maternal_ Mortality_in_the_United_States__Recent.3.aspx.

Pereira GT, Santos AAP, Oliveira e Silva JM, Naglia¬te PC. Perfil epidemiológico da mortalidade materna por hipertensão: análise situacional de um estado nordestino entre 2004-2013. R. pesq. cuid. fundam. online [Internet]. 2017 jul-set [citado em 2021 jan 10];9(3): 653-658. Dispo¬nível em: http://www.seer.unirio.br/cuidadofundamental/ article/view/5526.

Say L, Chou D, Gemmill A, Tunçalp Ö, Moller A-B, Daniels J, et al. Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis. Lancet Glob Health [Internet]. 2014 May [cited 2021 Jan 20];2(6): e323-e333. Doi: https://doi. org/10.1016/S2214-109X(14)70227-X

Pacagnella RC, Nakamura-Pereira M, Gomes-Sponholz F, Aguiar RALP, Guerra GVQL, Diniz CSG, et al. Maternal Mortality in Brazil: Proposals and Strategies for its Reduction. Rev Bras Ginecol Obstet [Internet]. 2018 Set [cited 2021 Jan 28];40(9):501-506. Available from: https://www.thieme-connect.de/products/ejournals/ pdf/10.1055/s-0038-1672181.pdf.

Martins EF, Almeida PFB, Paixão CO, Bicalho PG, Errico LSP. Causas múltiplas de mortalidade materna relacionada ao aborto no Estado de Minas Gerais, Brasil, 2000-2011. Cad Saúde Pública [Internet]. 2017 [citado em 2021 jan 20];33(1):e00133115. Doi: https://doi. org/10.1590/0102-311X00133116.

Cleland J, Conde-Agudelo A, Peterson H, Ross J, Tsui A. Contraception and health. Lancet. 2012 Jul [cited 2021 Jan 26];380(9837):149-56. Doi: https://doi.org/10.1016/ S0140-6736(12)60609-6.

Zhang X, Ye Y, Fu C, Dou G, Ying X, Qian M, et al. Anatomy of provincial level inequality in maternal mortality in China during 2004–2016: a new decomposition analysis. BMC Public Health [Internet]. 2020 May [cited 2021 Jan 26]; 20:758. Available from: https://bmcpublichealth. biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-020-08830-2.

Bustreo F, Say L, Koblinsky M, Pullum TW, Temmerman M, Pablos-Méndez A. Ending preventable maternal deaths: the time is now. Lancet Glob Health [Internet]. 2013 [cited 2021 Fev 01];1(4):e176-7. Available from: https:// www.thelancet.com/journals/langlo/article/PIIS2214- 109X(13)70059-7/fulltext.

Downloads

Publicado

22.09.2022

Como Citar

1.
Lopes L, Lopes Pessoa de Aguiar RA. Características epidemiológicas de mortalidade materna em Minas Gerais, Brasil, de 2008 a 2019. RBPS [Internet]. 22º de setembro de 2022 [citado 22º de dezembro de 2024];23(4):6-16. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/35960

Edição

Seção

Artigos Originais