Avaliação de técnicas de coloração no diagnóstico laboratorial da criptosporidiose

Autores

  • Mariana A. Cruz Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora/MG, Brasil
  • Thiago R. Santos Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora/MG, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1464-9807
  • Ana Letícia Fonseca Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora/MG, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5558-7193
  • Kelly Dutra Pacheco Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora/MG, Brasil
  • Alexandra Menezes Anjos Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. Juiz de Fora/MG, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7931-3752
  • Ronaldo Rodrigues Costa Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. Juiz de Fora/MG, Brasil
  • Marcone Augusto Leal Oliveira Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora/MG, Brasil https://orcid.org/0000-0001-6026-9608
  • Paula Rocha Chellini Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora/MG, Brasil
  • Lauren H. Jaeger Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0001-8031-7742

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v25i3.40457

Palavras-chave:

Cryptosporidium spp., Colorações permanentes, Microscopia, Diagnóstico, Controle de qualidade

Resumo

Introdução: A criptosporidiose é uma doença diarreica que afeta principalmente crianças e indivíduos imunocomprometidos. Seu diagnóstico laboratorial é baseado em técnicas de coloração permanente e muitos desafios ainda precisam ser vencidos para a sua implementação como rotina de laboratórios clínicos. Objetivos: Comparar a eficácia de diferentes técnicas de coloração permanente na detecção de oocistos de Cryptosporidium spp. em amostras de fezes e avaliar a melhor metodologia a ser imple­mentada em laboratórios clínicos. Métodos: Indivíduos apresentando suspeita clínica de criptospo­ridiose foram convidados a participar do estudo. Um total de 18 amostras de fezes (com e sem o con­servante formol 10%) foram analisadas. Cinco diferentes abordagens foram realizadas: Ziehl-Neelsen (ZN) com e sem aquecimento, Safranina (SF) com e sem aquecimento e Panótico Rápido. Resultados: Das 18 amostras analisadas, sete (38,9%) foram positivas para Cryptosporidium spp. por pelo menos uma das técnicas de coloração utilizadas. A técnica da SF com aquecimento teve o melhor desem­penho, apresentando maior percentagem de acertos (77,78%) e menor percentagem de erros (5,56%) quando comparada às outras técnicas de coloração. A concordância estatística foi “leve” (Kappa=0,36, p<0,0001). A qualidade da fixação do esfregaço fecal em lâmina e da coloração mostrou resultados satisfatórios tanto macro quanto microscopicamente. Conclusão: O presente estudo chama a atenção para a frequência de infecção moderada para Cryptosporidium spp. em Juiz de Fora e a necessidade de avaliação das técnicas utilizadas na rotina laboratorial para diagnóstico de coccídeos.

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Publicado

27.12.2023

Como Citar

1.
Cruz MA, Santos TR, Fonseca AL, Pacheco KD, Anjos AM, Costa RR, et al. Avaliação de técnicas de coloração no diagnóstico laboratorial da criptosporidiose. RBPS [Internet]. 27º de dezembro de 2023 [citado 26º de dezembro de 2024];25(3):27-33. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/40457

Edição

Seção

Artigos Originais