Saúde gengival e os efeitos dos anticoncepcionais orais
uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26i1.44337Palavras-chave:
Anticoncepcionais orais, Periodonto, Doenças gengivaisResumo
Introdução: Os anticoncepcionais orais (ACO) contêm estrogênio e/ou progesterona, atuando pela inibição da secreção de FSH e LH e, consequentemente, da ovulação, além de induzir mudanças no muco cervical para reduzir a possibilidade de implantação. Os níveis circulantes de hormônios femininos podem interferir na saúde gengival, modulando as respostas inflamatórias à placa dental. Objetivo: Identificar evidências científicas sobre os efeitos e impactos do uso contínuo de anticoncepcionais orais na saúde periodontal. Métodos: Revisão narrativa com levantamento de estudos nas bases de dados BVS, PubMed, Cochrane e SciELO, incluindo pesquisas originais publicadas a partir de 2010. Resultados: Foram incluídos 10 artigos. Os parâmetros clínicos mais avaliados foram Índice de Placa, Índice Gengival (IG), Profundidade de Sondagem (PS), Perda de Inserção (PI) e Sangramento à Sondagem (SS). Usuárias de anticoncepcionais orais apresentaram, de forma significativa, maior IG, SS, PS e PI em comparação aos grupos controle. Esses parâmetros pioraram com o uso prolongado dos ACO. Conclusão: O uso de anticoncepcionais orais, mesmo em doses mais baixas, pode afetar negativamente a saúde gengival e periodontal. No entanto, os resultados ainda são divergentes, e os estudos possuem limitações, não permitindo conclusões definitivas.
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