Causas de morte materna no estado do Espírito Santo: tendência, espacialidade e incompatibilidades
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v23i3.35882Palavras-chave:
Saúde materno-infantil, Mortalidade materna, Causas de morte, Cuidado pré-natal, Sistemas de informaçãoResumo
Introdução: Desde a década de 1970, várias leis e programas foram desenvolvidos com o objetivo de fortalecer a política de saúde materno-infantil, entretanto a morte materna, principalmente por causas evitáveis, continua sendo um importante problema de saúde pública. Objetivo: Descrever descrever a tendência temporal da mortalidade materna no Espírito Santo (ES) nos aspectos espacial e principais causas, no período de 2006 a 2015. Métodos: Os óbitos maternos identificados no Sistema de Informação de Mortalidade foram categorizados por causa. Após a identificação das causas, os óbitos foram classificados em diretos e indiretos. Resultados: A média etária foi de 27,9 + 7,5. Mortes de mulheres pardas (57,8%), solteiras (57,4%), donas de casa (43,7%) e com 4 a 11 anos de estudo (78,1%), no período puerperal (63,1%) foram mais frequentes. As maiores das razões de morte materna foram nos municípios de pequeno porte (<14 mil habitantes). As causas de morte mais comuns foram relacionadas às síndromes hipertensivas (21,2%), hemorrágicas (14,9%) e complicações no puerpério (8,6%). As incompatibilidades após a investigação dos óbitos pelo Comitê de Morte Materna foram de 27% (90 óbitos). Conclusão: As mulheres mais vulneráveis foram as que mais morreram, por isso a análise das mortes maternas é essencial para qualificação da atenção à saúde e redução das mortes evitáveis.
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