Índice de massa corporal associado a alterações cardíacas em indivíduos da região norte de Mato Grosso
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v25i2.37923Palavras-chave:
Obesidade, Índice de Massa Corporal, Remodelação Ventricular, Disfunção VentricularResumo
Introdução: O excesso de peso é um importante fator de risco para disfunção cardíaca. Objetivo: Avaliar a relação entre o índice de massa corporal e as alterações estruturais e funcionais do coração em uma amostra de indivíduos da região norte de Mato Grosso. Métodos: Foi realizado um estudo transversal em uma amostra por conveniência (n=97) de indivíduos adultos, brasileiros, acima de 18 anos, de ambos os sexos, atendidos em uma clínica cardiológica na cidade de Sinop/MT. Os pacientes foram divididos em três grupos, sendo: eutrofia (IMC= 18,5 a 24,9 kg/m²; n=23), sobrepeso (IMC= 25,0 a 29,9 kg/m²; n=34) e obesidade (IMC≥ 30 kg/ m², n=40). As variáveis ecocardiográficas foram comparadas entre os três grupos. O grau de correlação linear (variáveis quantitativas) e de independência (variáveis qualitativas) foi determinado. O nível de confiança foi de 95%. Resultados: O excesso de peso, em especial a obesidade, foi associado à remodelação do coração e disfunção diastólica; em adição, o grupo obeso também demonstrou maiores valores de idade e pressão arterial sistólica. Todos os grupos apresentaram índices adequados de fração de ejeção. O grau de correlação linear foi significativamente positivo entre o IMC e os indicadores ecocardiográficos da morfologia cardíaca, no entanto, negativo com alguns marcadores da função diastólica. Conclusão: O excesso de peso, em especial a obesidade, foi associado à remodelação do coração e disfunção diastólica do ventrículo esquerdo, as quais variam de acordo com o IMC.
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