“Diz a senhora suplicante que o recrutado a sustenta”: mulheres, justiça e cidadania no Espírito Santo do Oitocentos
Palavras-chave:
Recrutamento militar, petições, mulheres, políticaResumo
Neste artigo serão analisadas as petições enviadas por mulheres à Chefia de Polícia da província do Espírito Santo, requerendo a soltura de filhos e maridos recrutados forçosamente para o Exército. Problemático durante todo o Brasil Imperial, as práticas que regulavam o sistema obedeciam à complexa trama de negociações, resistências e compromissos e funcionavam como mecanismo coercivo de última instância para manter as hierarquias de classe. As resistências ao alistamento foram diversas, desde fugas e deserções individuais às revoltas, que, por vezes, envolveram vilas inteiras e houve ainda, o aspecto legal de contestação, conforme demonstram as centenas de requerimentos e petições enviadas às autoridades provinciais responsáveis pelo recrutamento. As súplicas direcionadas pelas mulheres revelavam desejos individuais e aspiração por direitos civis, bem como o anseio de participar da vida política do país e principalmente, constituíram-se em intervenção política e esteve em consonância com a representação de certa imagem feminina definida de maneira tripartite: esposa, dona-de-casa, mãe de família.
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