“A ODISSEIA” SEM HOMERO: DA EXORTAÇÃO DE PAES BARRETO À CONSTRUÇÃO DE UMA SEMÂNTICA DO PASSADO NA BUSCA PELO ‘SER CAPICHABA’
Palabras clave:
capixabismo, Espírito Santo (estado), IHGES, Heidegger, passadoResumen
O Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES), inaugurado sob a Exortação de Dr. Carlos Xavier Paes Barreto, mobilizou um coletivo de homens intelectuais a constituírem uma historiografia capixaba — ou “capichaba” — atribuindo sentidos para o passado local. Compreender a noção de um ser capichaba, da inauguração do instituto às campanhas hodiernas sobretudo da mídia local — no incipiente conceito de capixabismo —, é objetivo deste artigo que se insere para: (I) problematizar elementos identitários do passado local evocados no tempo presente; (II) situar a contribuição e legado do IHGES, revisitando-se seu discurso fundação; e (III) relacionar o capixabismo enquanto identidade local, caracterizando a busca do ser capichaba. Sob os modos de ser do “dasein” heideggeriano e da semântica de passado (CARVALHO, 2018), inscreve-se uma narrativa crítica do Espírito Santo (NASCIMENTO, 2018), da recepção didático-pedagógica (PIROLA, 2008) à vanguarda intelectual e vultos pátrios (COSTA, 2010; BIGOSSI, 2018), de pensamentos hegemônicos a problemas da historiografia local.
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Citas
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