Assistente social e trabalho plataformizado no Instagram: novas configurações, velhas contradições
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2024v24n48p141-157Palavras-chave:
Trabalho de assistentes sociais, Novas morfologias do trabalho no serviço social, Plataformização do trabalho, Formação em serviço socialResumo
Este artigo analisa o trabalho de assistentes sociais no contexto da plataformização, com foco no Instagram. A pesquisa qualitativa, de abordagem dialético-crítica, explora as transformações no trabalho e na formação profissional decorrentes do uso de tecnologias digitais. Através de pesquisa bibliográfica, observação participante e questionários aplicados a 50 assistentes sociais, o estudo traça um perfil desses profissionais, analisando suas formações, características, motivações e atividades no Instagram. Os resultados revelam um perfil profissional diversificado, majoritariamente feminino, negro e pardo, com formação em instituições privadas e busca por especializações. A principal motivação para o uso profissional do Instagram é a demanda por conteúdo, seguida da necessidade de complementar a renda e da busca por reconhecimento. As atividades na plataforma incluem oferta de serviços, produção de conteúdo educativo e preparação para concursos. O estudo destaca a urgência de debates sobre a fiscalização e a regulamentação, bem como os desafios técnicos e éticos que se colocam ao trabalho de assistentes sociais em ambientes virtuais, enfatizando a relevância de manter o direcionamento ético político da profissão, mesmo diante da precarização do trabalho e das transformações tecnológicas.
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