O “BREQUE DOS APPS”: RESISTÊNCIA DOS ENTREGADORES DE APLICATIVOS À PRECARIZAÇÃO PLATAFORMIZADA
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2023v23n45p201-216Resumen
Este artigo tem como objetivo analisar os caminhos do primeiro “Breque dos apps”, movimento grevista organizado por entregadores de aplicativos no dia 1º de julho de 2020, contextualizando este grupo de trabalhadores no mundo do trabalho do Brasil e nas relações globais neste início do século XXI. Levando em consideração a bibliografia sobre os estudos do mundo do trabalho sobre “novas” e “velhas” formas de resistência da classe trabalhadora no período recente, a análise da ação paredista é feita a partir de entrevistas com entregadores organizadores do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo para que seja possível compreender os rumos trilhados pelos entregadores no movimento de precarização-resistência. O argumento aqui defendido é que o “Breque” se tratou da nacionalização de paralisações e manifestações dos entregadores – que não se restringiu àqueles que atuam via aplicativos – que já estavam em curso em diferentes regiões do país, de modo descentralizado e organizado por outros meios para além das entidades representativas tradicionais. Em suma, o caminho deste texto é abordar uma discussão conceitual das greves como instrumento histórico de resistência do proletariado em suas diferentes composições, levando antes em consideração o processo de plataformização laboral, para apresentar uma análise interpretativa sobre a resistência contra sua exploração de um setor chave na atual dinâmica da precarização do trabalho.