A mulher militar brasileira no século XXI: antigos paradigmas, novos desafios
Resumo
A entrada de mulheres nas instituições militares, ocorrida principalmente a partir da
década de 1970 nas sociedades ocidentais, acabou por romper com as representações da guerra
como um terreno exclusivamente masculino. Tal inserção não se deu por acaso, mas foi fruto
de demandas do movimento feminista por direitos políticos e sociais igualitários, uma vez que
as relações sociais de gênero também passaram por profundas transformações no século XX. O
discurso oficial das instituições militares brasileiras, apesar de aceitar a incorporação feminina,
adverte contra vários problemas que decorreriam dessa participação, sobretudo no combate em
zonas de conflito, pois suas responsabilidades específicas junto às famílias e suas limitações físicas
as impediriam de ocupar todas as funções da carreira militar, tal como ocorre com os homens.
A visão implícita é que o destino natural da mulher é o cuidado da família, e que o engajamento
na vida militar seria contrário a essa dedicação, ameaçando o modelo de família patriarcal ainda
presente na sociedade brasileira. Portanto, a inserção de mulheres nas instituições militares e
as demandas por um tratamento igualitário com relação à divisão do trabalho constituem um
desafio a velhos paradigmas, ainda presentes e valorizados em nossa sociedade.
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