Edições anteriores
-
História e literatura: limites e aberturas para o pensamento historiográfico
v. 34 n. 1 (2023)O presente dossiê visa reunir pesquisas que aproximem o campo da História com o Campo da Literatura. Luiz Costa Lima (2021) compreende que é impossível dissociar a prática contemporânea da reflexão teórica sobre a História, que se coloca emancipada de outras modalidades reflexivas, da Teoria da Literatura. Uma vez que o reconhecimento de uma imediação teórica parte do princípio de escrutínio e questionamento crítico dos fazeres e instrumentos do historiador, não se pode fugir de um questionamento profundo sobre o vetor de realização do discurso historiográfico, isto é, a linguagem. Pensar eu a História se afirma como ciência dos homens no tempo, e por que não, no espaço, mantém-se como um paradigma válido. Não se questiona sem negacionismos que a história seja uma ciência, mas seu comportamento não é como o ideal das scientia que se baseiam na conceitualidade estrita. A História usa da linguagem como seu vetor de realização. De modo que questionar a escrita da história é também questionar a capacidade que exercemos de usar elementos retóricos e tropológicos da língua (White, Hayden: 2012) sem que se incorra na literatura, ainda que sua forma seja convergente, sem se confundir com a historiografia. O problema se complexifica ainda mais quando se toma por objeto a literatura, uma vez que a escrita da História precise desdobrar a literatura e esta não se deixa prender em um sentido somente, isto é, a apreensão da verossimilhança é um dado, mas a diferença é que realmente importa para o discurso do historiador. Por um lado, a verossimilhança pode nos permitir uma contextualização da obra, mas a diferença, a alteridade contida na literatura é que nos permite redescobrir aspectos do tempo e da história que estavam soterrados por elementos de pura barbárie. Nesse sentido, levando em conta este aporte teórico, temos que este dossiê visa reuni pesquisadores que se dediquem ao tema da literatura, pois, estando estes objetos arredios às objetividades, renovam as possibilidades metódicas, teóricas e historiográficas de pensar a literatura a partir da sua existência histórica.
-
v. 33 n. 3 (2022)
A Revista Ágora, no último número de 2022, publica artigos com diferentes abordagens da História política, mas com investigações de caráter transdisciplinar. Gustavo César Cabral debruça-se sobre o problema das liberdades nas Cortes de Lisboa através dos trabalhos de Oliveira Lima (1867-1928). Séfora Sutil e Arthur Vargas, com "Os moços chics no telhado", utilizam a micro-história para analisar o empastelamento de um periódico de S. João del-Rei após a exposição de membros da elite local. Em "O flagelo da febre reinante", Jonas de Melo Júnior, discute a passagem da epidemia da febre amarela pelo Recife em meados do século XIX. Cristina Ferreira e Martin Bachmann apresentam a ideia Brasil formulada pelo diplomata inglês Richard F. Burton a partir de noções de natureza, escravidão e imigração na segunda metade do século XIX. O último artigo disserta sobre a disputa entre marxistas e liberais em relação ao conceito de fascismo, tema de grande impacto na atualidade e com potencial de contribuir para a reflexão do tema.
Boa leitura a todos. -
Direitos Humanos na América Latina: história, política e lutas sociais
v. 33 n. 2 (2022)* Imagem da capa elaborada por Thaís Lopes Cortes, doutoranda do PPG-Serviço Social da UERJ e membro do Programa de Estudos de América Latina e Caribe - UERJ.