A ditadura militar no Brasil e a censura a obras de autoria de artistas mulheres engajadas
DOI:
https://doi.org/10.47456/e-20243517Palavras-chave:
mulheres artistas; censura; ditadura militar; engajamento feminino; conceitualismo.Resumo
O artigo reflete acerca do engajamento político de artistas mulheres na ditadura militar e o empenho do poder público para censurar e reprimir suas ações sociais. Trata-se de um texto, que se embasa em uma pesquisa teórico-metodologicamente qualitativa, que se respalda na revisão de aportes bibliográficos sobre a Ditadura Militar, sobre engajamento feminino ou feminista, no levantamento, observação e análise de obras produzidas por artistas mulheres, que sofreram algum tipo de interferência da censura, no período de 1967 a 1975, período esse marcado pelo enrijecimento da repressão, da perseguição e da violência policial e prisão de intelectuais, estudantes, jornalistas, sindicalistas e artistas. Se logo após o golpe militar, algumas artistas engajadas acreditaram que por recorrerem a novas gramáticas visuais, linguagens, suportes e a materiais, que eram, então, pouco familiares aos agentes dos órgãos de repressão, o que as isentaria da ação da censura, a incompatibilidade entre arte e poder político logo se tornaria explícita. Embora o foco da abordagem se concentre nas artes visuais, faz-se também alguma incursão pela produção literária e musical, cujas autoras mulheres tiveram, igualmente, obras censuradas pelo regime.
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