O legado de Manuel Bandeira para a consagração do patrimônio literário modernista
DOI:
https://doi.org/10.47456/e-20243514Palavras-chave:
crônicas da província do Brasil, história e crítica literária, Manuel Bandeira, memória modernista, patrimônio literárioResumo
Aproximando crítica literária dos estudos sobre patrimônio cultural brasileiro, analisamos como Manuel Bandeira assume, no volume Crônicas da província do Brasil (1937), o lugar de autoridade no exercício da crítica para legitimar o panteão de autores que compõe a memória consagrada de nosso patrimônio literário. O rol de eleitos constitui-se em um legado bandeiriano a memória modernista, responsável por retroalimentar a elaboração do caráter modernizante da arte e da cultura naicionais. Assim, atentamos tanto para a posição consagrada de Bandeira, poeta renomado desde a publicação de Libertinagem (1930), quanto para seu lugar consagrador: membro do conselho consultivo do SPHAN desde 1937 e integrante desde 1940 da ABL, o escritor ocupa um lugar prestigioso para definir quem pode ou não integrar tal panteão. Mediante as crônicas do poeta, propomos debater sobre a recepção de obras e autores modernos na preservação da memória literária modernista brasileira.
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