A celebração de um novo tempo: o ideal unitário na Crônica de João de Bíclaro
Abstract
Os primeiros setenta anos do século VI foram marcados por uma grande instabilidade na história do Reino Visigodo: primeiramente houve a derrota na batalha de Vouillé (507), na qual os francos expulsaram os godos do sul da Gália, forçando-os a se estabelecer na Península Ibérica. Nessa região, os visigodos reorganizaram seu reino, agora com sede na cidade de Toledo. No entanto, a instabilidade política continuou, com ameaças internas (rebeliões da nobreza) e externas (presença dos suevos, romanos orientais, bascos e outros povos) que desafiavam a soberania visigótica. Nesse interim, temos os reinados de Leovigildo (569-586) e seu filho Recaredo (586-601), nos quais um grande projeto unificador foi realizado, nos âmbitos político, social e religioso, que culminou no III Concílio de Toledo, em 589. Logo após o sínodo, temos a Crônica escrita por João de Bíclaro, bispo de Gerona. Nesta, temos a glorificação dos dois reinados supracitados como os responsáveis pela construção da unidade hispânica. Graças a Leovigildo e Recaredo, o Reino Visigodo pôde entrar em um novo período de paz, prosperidade e unidade, onde, em teoria, todos os adversários a esse projeto, teriam sido neutralizados.
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