Estigma e tolerância: Afonso X e os judeus em Castela (séc. XIII)
Abstract
Afonso X promulgou, durante seu governo em Castela (séc XIII), uma série de textos legislativos que tinham por objetivo, entre múltiplos temas, também unificar e harmonizar a convivência social dos diferentes grupos étnicos que viviam sob seu comando, intitulados Espéculo, Fuero Real e Siete Partidas. Sob um prisma religioso cristão, os documentos tratam de aspectos políticos, econômicos e sociais, bem como das relações entre a cristandade e as
minorias étnicas do reino, em especial os muçulmanos e os judeus. Em relação aos judeus, verifica-se nos documentos um discurso marcado pela inferiorização. Entretanto, os mesmos insistem em criar mecanismos de defesa e proteção dos judeus do reino, buscando garantir a integridade das sinagogas e o funcionamento dos tribunais especiais. Diante deste paradoxo de estigmatização e tolerância, é possível discutir a importância das atividades econômicas
para as finanças da coroa bem como a liberdade dada pelo rei à nobreza judaica na política e as proposições teológicas cristãs para o trato com os judeus em Castela.
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