Contaminação: a lenta construção do estigma judaico numa análise de longa duração
Abstract
Este artigo pretende refletir numa análise de longa duração as permanências
e as continuidades, no processo de estigmatização dos judeus na cristandade ocidental num foco inicial amplo, e depois nos reinos ibéricos, reduzindo a amplitude da análise, de forma a perceber que os judeus foram tolerados, mas paralelamente estigmatizados como sendo contaminados, religiosamente, moralmente e fisicamente. São uma minoria tolerada, especialmente por duas razões: por que tem uma função histórica, pela concepção teleológica agostiniana, sendo associados ao juízo final; e por que no campo do socioeconômico exercem cargos, profissões e funções necessários aos governantes, especificamente aos reis, mas casualmente a clérigos e nobres, dos quais depende a sua estabilidade e sobrevivência.
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