Brenda Lee e o acontecimento discursivo da aids, década de 1980 em São Paulo

Autores/as

  • Marcio Almeida Nicolau Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.47456/e-2021320110

Palabras clave:

Brenda Lee, género, sida

Resumen

Cuestiono aquí el énfasis discursivo de los periódicos Folha y Estado de São Paulo en torno al acontecimiento del sida en la década de 1980, que cruza objetivos desde la biopolítica hasta la disciplinarización del cuerpo. Abordo las prácticas de normalización y control violento, de gubernamentalidad, organizadas en y por el discurso de la prensa, que participaron de la subjetivación de las travestis en esos años. Al destacar Brenda Lee, realzo historias de reexistencias a la lógica cis y heterocéntrica que piensa que la enfermedad es característica de las travestis. Considerando que “género” se construye/subvierte histórica y discursivamente, destaco los juegos de verdad a través de los cuales y desde los cuales las travestis fueron conducidas a dar sentido a su existencia. Y las formas en que han desestabilizado discursos que se obstinan en naturalizar la muerte y la enfermedad como destino de ciertas corporeidades.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Fontes

Folha de São Paulo, anos indicados. Disponível em: <http://acervo.folha.uol.com.br/>. Acesso em: jan. 2021..

O Estado de São Paulo, anos indicados. Disponível em: <http://acervo.estadao.com.br/>. Acesso em: jan. 2021.

Obras Gerais

ARAÚJO, I. L. Formação discursiva como conceito chave para a arquegenealogia de Foucault. Revista Aulas. Dossiê Foucault (Org: Margareth Rago e Adilton Luís Martins), n. 3, 2007, p. 01-24.

BUTLER, J. Corpos que importam. Os limites discursivos do “sexo”. Tradução de Veronica Daminelli e Daniel Yago Françoli. São Paulo: n-1 edições, 2020.

_____. Vida precária. Tradução de Angelo Marcelo Vasco. Contemporânea, p. 13-33, 2011.

_____. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

_____. Sujeitos foucaultianos. In: BUTLER, J. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Tradução: Rogério Bettoni. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017a, p. 34-39.

_____. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Tradução de Sérgio Tadeu de Niemeyer Lamarão e Arnaldo Marques da Cunha. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017b.

_____. Os atos performativos e a constituição do gênero: um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. Caderno de leituras, n. 78, p. 2-16, 2018.

_____. Precisamos parar o ataque à “ideologia de gênero”. Tradução de Carla Rodrigues. Disponível em https://sxpolitics.org/ptbr/judith-butler-precisamos-parar-o-ataque-a-ideologia-de-genero/9094, 2019a. Acessado em 26/01/2121.

_____. Política de gênero e o direito de aparecer. In: BUTLER, J. Corpos em aliança e política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Tradução de Fernanda Siqueira Miguens. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019b, p. 31-74.

CARVALHO, M. F. de L. Que mulher é essa? Identidade, política e saúde no movimento de travestis e transexuais. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva). Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2011.

DAVIS, A. A liberdade é uma luta constante. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2018.

DE LUCA, T. R. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, C. B. (Org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005, p. 111-153.

DUMARESQ, L. O cisgênero existe. Disponível em http://transliteracao.com.br/leiladumaresq/2014/12/o-cisgenero-existe/, 2014. Acessado em 26/01/2021.

FOUCAULT, M. Introdução à vida não fascista. In: DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Anti-Oedipus: Capitalism and Schizophrenia. Tradução de Wanderson Flor do Nascimento. New York, Viking Press, 1977, p. 11-14.

_____. A governamentalidade. In: FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979, p. 277-293.

_____. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987.

_____. Dits et écrits. Tradução de Karla Neves e Wanderson Flor do Nascimento. Paris: Gallimard, vol. IV, 1994, p. 783-813.

_____. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, H.; RABINOW, P. Michel Foucault, uma trajetória filosófica. Tradução de Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-249.

_____. O que é um autor? In: FOUCAULT, M. Estética – literatura e pintura, música e cinema. Ditos & Escritos III. Organizado por Manoel Barros da Motta. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. p. 264-298.

_____. Em defesa da sociedade. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

_____. A vida dos homens infames. In: FOUCAULT, M. Estratégia, Poder-Saber. Organização de Manoel Barros da Motta. Ditos & Escritos IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006, p. 203-222.

_____. O cuidado com a verdade. In: FOUCAULT, M. Ética, sexualidade, política. Organização de Manoel Barros da Motta. Ditos & Escritos V. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 240-251.

_____. A ordem do discurso. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Ed. Loyola, 2012a.

_____. História da sexualidade 1: A vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e José Augusto Guilhon Albuquerque. São Paulo: Edições Graal, 2012b.

_____. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.

FRANZONI, S.; RIBEIRO, D. B.; LISBOA, S. S. de M. A verdade no jornalismo: relações entre prática e discurso. Verso e Reverso, p. 45-52, 2011.

GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: GONZALEZ, L. Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa. Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018, p. 190-214.

GREEN, J. QUINALHA, R. Ditadura e homossexualidades: repressão, resistência e a busca da verdade. EdUFSCar, 2014, 332 p.

JESUS, J. G. de. O conceito de Heterocentrismo: um conjunto de crenças enviesadas e sua permanência. Bragança Paulista: Psico-USF, v. 18, n. 03, p. 363-372, 2003.

_____.; ALVES, H. Feminismo transgênero e movimentos de mulheres transexuais. Cronos, v. 11, n. 2, p. 8-19, 2010.

_____. Transfeminismo: teorias e práticas. Rio de Janeiro: Metanoia, 2015.

LOPES, F. H. Travestilidades e ditadura civil-militar brasileira.: Apontamentos de uma pesquisa. Florianópolis: Esboços, v. 23, n. 35, p. 145-167, 2016.

_____. Possibilidades de conexão. Rio Grande do Norte: Bagoas, n. 16, p. 162-196, 2017.

_____. Cisgeneridade e historiografia: um debate necessário. In: SOUSA NETO, M. R.; GOMES, A. R. História e teoria queer. Salvador: Devires, 2018, p. 77-99.

LOURO, G. L. Foucault e os estudos queer. In: RAGO, M.; VEIGA-NETO, A. (orgs.) Para uma vida não fascista. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009, p. 135-142.

MACHADO, R. Introdução: por uma genealogia do poder. In: FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979, p. VII-XXIII.

McLAREN, M. Genealogia como crítica. In: McLAREN, M. Foucault, feminismo e subjetividade. São Paulo: Intermeios, 2016, p. 47-54.

MISKOLCI, R.; PELÚCIO, L. A prevenção do desvio: o dispositivo da aids e a repatologização das sexualidades dissidentes. São Paulo: Sexualidad, salud y sociedad, n. 1, p. 125-157, 2009.

MOURA, M. B. do S. Memória discursiva em Foucault e acontecimento jornalístico. Minas Gerais: Biblioteca on-line de ciências da comunicação, p. 1-12.

NICOLAU, M. A. Artes da existência: travestis em jornais de São Paulo, décadas de 1970 e 1980. Dissertação (Mestrado em História). Seropédica: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2019.

_____. Gênero: “uma categoria útil de análise”?. In: BUENO, A.; PAES, E. de A.; SILVA, N. de F.; VELOSO, W. dos R. (Org.). Gêneros e sexualidades em perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Edições Especiais Sobre Ontens, 2020, p. 40-55.

OCANHA, R. F. As rondas policiais de combate à homossexualidade na cidade de São Paulo (1976-1982). In: GREEN, J.; QUINALHA, R. (Orgs.). Ditadura e homossexualidades: repressão, resistência e a busca da verdade. São Paulo: Editora EdUFSCar, 2014, p 149-175.

PEDRO, J. M.. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica. História, v. 24, n. 1, p. 77-98, 2005.

______. Relações de gênero como categoria transversal na historiografia contemporânea. Rio de Janeiro: Topoi, v. 12, n. 22, p. 270-283, 2011.

PRECIADO, P. B. Multidões queer: notas para uma política dos “anormais”. Florianópolis: Estudos Feministas, 2011, p. 11-19.

______. Lixo e Gênero, Mijar/Cagar, Masculino/Feminino. Tradução de Davi Giordano e Helder Thiago Maia. Performatus, n. 20, 2019.

PERLONGHER, N. O que é Aids. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

QUINALHA, R. Uma ditadura hetero-militar: notas sobre a política sexual do regime autoritário brasileiro. In: GREEN, J. et al. História do Movimento LGBT no Brasil. Alameda Editorial, 2018, p. 15-38.

RAGO, M. Epistemologia feminista, gênero e história. In: PEDRO, J. M.; GROSSI, M. (Orgs.). Masculino, feminino, plural. Florianópolis: Editora Mulheres, 1998, p. 24-58.

RODRIGUES, R. de C. C. Brenda Lee, Se Viva Fosse, Completaria 62 Anos Este Ano: Novas Notas Sobre Ela e Outros Verdadeiros Heróis da Comunidade LGBT Brasileira. Disponível em https://memoriamhb.blogspot.com/2010/05/brenda-lee-se-viva-fosse-faria-62-anos.html, 2010. Acessado em 26/01/2021.

______.; GÓIS, J. B. H. Homossexualidades e construção de mecanismos de proteção social. Pensamiento Actual, v. 14, n. 23, p. 19-27, 2014.

SAFATLE, V. Posfácio. Dos problemas de gênero a uma teoria da despossessão necessária: ética, política e reconhecimento em Judith Butler. In: BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Tradução de Rogério Bettoni. Autêntica Editora, 2017, p. 173-196.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Tradução de Guacira Lopes Louro. Porto Alegre: Educação & Realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.

TRONCA, I. As máscaras do medo: lepra e aids. São Paulo: Editora da UNICAMP, 2000.

______. Foucault e a linguagem delirante da memória. XXII Simpósio Nacional de História Anpuh. Anais... João Pessoa: Anpuh, p. 1-14, 2003.

VERGUEIRO, v. De uma renúncia e de resistência trans* anticoloniais. Disponível em https://www.academia.edu/4716637/De_uma_ren%C3%BAncia_e_de_resist%C3%AAncias_trans_anticoloniais, 2013. Acessado em 26/01/2021.

_____. Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. Dissertação (Mestrado em Cultura e Sociedade). Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2015.

VOGEL, D. I. Sobre Foucault e o jornalismo. Verso e Reverso, v. 23, n. 53, 2009.

WHITE, H. Foucault decodificado: notas do subterrâneo. In: WHITE, H. Trópicos do discurso. Tradução: Alípio Correia de Franca Neto. São Paulo: EdUSP, 1994, p. 253-283.

WONDER, C. Olhares de Claudia Wonder: crônicas e outras histórias. São Paulo: GLS, 2008.

Publicado

2021-08-11

Cómo citar

ALMEIDA NICOLAU, Marcio. Brenda Lee e o acontecimento discursivo da aids, década de 1980 em São Paulo. Revista Ágora, Vitória/ES, v. 32, n. 1, p. e-2021320110, 2021. DOI: 10.47456/e-2021320110. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/agora/article/view/34145. Acesso em: 17 ago. 2024.

Número

Sección

Doenças e práticas de cura na História brasileira