Teoria da cultura e consumo e a decolonialidade: uma revisão integrativa das pesquisas recentes
DOI:
https://doi.org/10.47456/bjpe.v11i1.46336Palavras-chave:
Teoria da Cultura e Consumo, Decolonialidade, Revisão Integrativa da LiteraturaResumo
Este artigo tem como objetivo realizar um estudo bibliométrico para mapear e compreender o campo de estudos que relaciona a Teoria da Cultura e Consumo e a Decolonialidade. Considerando que o consumo é um fenômeno social permeado por questões simbólicas e culturais, sua análise a partir da perspectiva decolonial torna-se fundamental, especialmente devido à histórica hegemonia europeia sobre a subjetividade, cultura e produção de conhecimento. A pesquisa foi conduzida em quatro bases de dados, abrangendo periódicos nacionais e internacionais, com um recorte temporal de 2017 a 2022. Após o processo de busca e análise, foram selecionados 21 artigos. A avaliação focou nas metodologias, objetos de estudo e objetivos gerais dos artigos analisados. Para a análise estatística, foi utilizado o software Iramuteq, que permitiu a construção de uma Classificação Hierárquica Descendente (CHD), possibilitando identificar a frequência e a lematização das formas linguísticas presentes nos textos. Os resultados apontam que a maioria dos artigos publicados nessa área está vinculada a instituições acadêmicas latino-americanas. Ademais, observa-se que os estudos, sob a ótica decolonial, buscam explicar transformações nas práticas de consumo ou ressignificá-las como espaços de confronto entre as ideologias do colonizador e do colonizado.
Downloads
Referências
Arnould, E. J. & Thompson, C. J. (2005). Consumer culture theory (CCT): Twenty years of research. Journal of consumer research, 31(4), 868-882. https://doi.org/10.1086/426626
Arnould, E. & Thompson, C. (2007). Consumer culture theory (and we really mean theoretics. Research in Consumer Behavior, 3-22. https://doi.org/10.1016/s0885-2111(06)11001-7
Askegaard, S. & Linnet, J. T. (2011). Towards an epistemology of consumer culture theory: Phenomenology and the context of context. Marketing Theory, 11(4), 381-404. https://doi.org/10.1177/1470593111418796
Baeza, C. A. & Almeida, R. C. M. d. (2020). Mujeres y agroecología: prácticas y saberes de mujeres integrantes de la articulación tocantinense de agroecología. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, 42(1). https://doi.org/10.4025/actascihumansoc.v42i1.51160
Barbosa, L. (2004). Sociedade de consumo. Editora Schwarcz-Companhia das Letras.
Belk, R. W. (1988). Possessions and the extended self. Journal of consumer research, 15(2), 139-168. https://doi.org/10.1086/209154
Belk, R. W., & Sobh, R. (2019). No assemblage required: On pursuing original consumer culture theory. Marketing Theory, 19(4), 489-507. https://doi.org/10.1177/1470593118809800
Belk, R. W., Wallendorf, M., & Sherry Jr., J. F. (1989) The Sacred and the Profane in Consumer Behavior: Theodicy on the Odyssey. Journal of Consumer Research, 16, 1-38.
http://dx.doi.org/10.1086/209191
Botelho, L. L. R., Cunha, C. C. de A., & Macedo, M. (2011). O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade, 5(11), 121-136. https://doi.org/10.21171/ges.v5i11.1220
Cabrales Salazar, O., Márquez Vargas, F., & Garzón Pascagaza, E. (2021). Circular economy and reducing consumption from a decolonial approach. Cuadernos De Administración, 37(70), e5110905. https://doi.org/10.25100/cdea.v37i70.10905
Camargo, B. V. & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: Um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em Psicologia, 21(2), 513-518. https://doi.org/10.9788/tp2013.2-16
Camargo, B. V. & Justo, A. M. (2016). Tutorial para uso do software Iramuteq [manual]. Laboratório de Psicologia Social da Comunicação e Cognição: UFSC.
Carvalho, E. S. S. & Júnior, D. V. R. (2017). Do Desenvolvimento Sustentável ao Envolvimento Integrado: Ecopedagogias Como Opções Decoloniais. Revista Iberoamericana De Educación, 73(1), 35-60. https://doi.org/10.35362/rie730272
Castro-Gómez, S. & Grosfoguel R. (2007). Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: Castro-Gómez, S. & Grosfoguel, R. (Orgs.), El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global (pp. 9-24). Bogotá: Siglo del Hombre Editores.
Couto, R., Barros, D., & Hemais, M. (2021). Chamamento às Margens: propostas decoloniais na produção acadêmica sobre consumo, mercado e marketing. Revista Interdisciplinar de Marketing, 11(2), 88-91. https://doi.org/10.4025/rimar.v11i2.60910
Faria, A. & Hemais, M. W. (2018). Historicizando o Novo Consumerismo Global Sob uma Perspectiva de Mundos Emergentes. Revista de Administração Contemporânea, 22(4), 577-599. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2018170257
Feldman, I. A. (2021). "Vida de artistas": La borrachera andina en el ámbito del hampa boliviano. Revista de Estudios Hispánicos, 55(3), 649-674. https://doi.org/10.1353/rvs.2021.0045
Firat, A. F. & Venkatesh, A. (1995). Liberatory postmodernism and the reenchantment of consumption. Journal of Consumer Research, 22(3), 239. https://doi.org/10.1086/209448
Gopaldas, A. (2014). Marketplace sentiments. Journal of Consumer Research, 41(4), 995-1014. https://doi.org/10.1086/678034
Gray, S. (2021) Decolonizing a Universal Bhagavad-Gītā: Reexamining Peter Brook and Transnational Orientalism. Journal of World Philosophies, 6(2), 31-44. Recuperado de https://scholarworks.iu.edu/iupjournals/index.php/jwp/article/view/4915
Hart, C. (1998). Doing a literature review: Releasing the social science research imagination. Londres: Sage.
Hemais, M. W. & Santos, R. B. F. dos. (2020). Understanding the Brazilian Consumerism Movement from a Decolonial Perspective: The Case of Proteste. Journal of Macromarketing, 41(2), 315-331. https://doi.org/10.1177/0276146720960220
Holbrook, M. B. & Hirschman, E. C. (1982). The experiential aspects of consumption: Consumer fantasies, feelings, and fun. Journal of Consumer Research, 9(2), 132. https://doi.org/10.1086/208906
Jimenez, A., Delgado, D., Merino, R., & Argumedo, A. (2022). A decolonial approach to innovation? building paths towards buen vivir. The Journal of Development Studies, 58(9), 1633–1650. https://doi.org/10.1080/00220388.2022.2043281
Justo, A. M. & Camargo, B. V. (2014). Estudos qualitativos e o uso de softwares para análises lexicais. In U. do & C. d. Grande Rio “Professor José de Souza Herdy” - UNIGRANRIO (Eds.), Caderno de artigos: X SIAT & II Serpro 37-54. https://www.academia.edu/download/37180083/JustoCamargo_2014.pdf
Matheus, L. C. (2019). Hierarquia dos Espaços na fanpage “Suburbano da depressão.” Comunicação Mídia e Consumo, 16(45), 164. https://doi.org/10.18568/cmc.v16i45.1869
Lima, A. D. C. C., Saltarelli, E. P. N., & Silva, S. S. (2020). A Colonização da Sustentabilidade: Análise do Discurso de Peças Publicitárias da Natura Cosméticos. Revista De Gestão Social e Ambiental, 14(1), 18-37. https://doi.org/10.24857/rgsa.v14i1.2139
Kempf, R. B., Góes, L. M., Wedig, J. C., & Borba, C. dos. (2022). Colonialidade e Desenvolvimento: Uma Crítica a partir do feminismo comunitário. Desenvolvimento Em Questão, 20(58). https://doi.org/10.21527/2237-6453.2022.58.11920
Maldonado-Torres, N. (2007), Sobre a colonialidade do ser: contribuições para o desenvolvimento de um conceito. Via Verita.
McCracken, G. (2007). Cultura e consumo: uma explicação teórica da estrutura e do movimento do significado cultural dos bens de consumo. Revista de Administração de Empresas, 47, 99-115. https://doi.org/10.1590/S0034-75902007000100014
Mignolo, V. D. (2007). El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto. In: Castro-Gómez, S.; Grosfoguel, R. (Orgs.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores.
Miller, D. (2007). Consumo como cultura material. Horizontes antropológicos, 13(1), 33-63. https://doi.org/10.1590/S0104-71832007000200003
Noronha, D. P. (2019). A importância social da imagem: Reflexões sobre diferença, Representação e poder em diálogo com um Pensamento decolonial. ILUMINURAS, 20(50), 255-278. https://doi.org/10.22456/1984-1191.80371
Oliveira, E. S. & Lucini, M. (2021). O Pensamento Decolonial: Conceitos para Pensar uma Prática de Pesquisa de Resistência. Boletim Historiar, 8(1), 97-115. Recuperado de https://periodicos.ufs.br/historiar/article/view/15456
Paterson, M. (2017). Consumption and Everyday Life. Routledge.
Queiroz, M. L. E., Hemais, M. W., & Pessoa, L. A. (2021). Um estudo pós-colonial, com o uso da semiótica, sobre capas de livros clássicos editados no Brasil e nos Estados Unidos. Cadernos EBAPE.BR, 19(4), 1031-1046. https://doi.org/10.1590/1679-395120200200
Quijano, A. (1991). “Colonialidad Y Modernidad/Racionalidad,” Perú Indígena, 13(29), 11-20. Recuperado de https://www.lavaca.org/wp-content/uploads/2016/04/quijano.pdf
Quijano, A. (2007). Coloniality and modernity/rationality. Cultural studies, 21(2), 168-178. https://doi.org/10.1080/09502380601164353
Quijano, A. & Wallerstein, I. (1992). Americanity as a concept, or the Americas in the modern world. International Social Science Journal, 44(4), 549-557. Recuperado de https://newuniversityinexileconsortium.org/wp-content/uploads/2022/02/Quijano-and-Wallerstein-Americanity-as-a-Concept.pdf
Reinert, M. (2001). Alceste, une méthode statistique et sémiotique d'analyse de discours. Application aux Rêveries du promeneur solitaire. Revue française de psychiatrie et de psychologie médicale, 5(49), 32-36.
Rodrigues, L. (2021). Decolonial Reflections in Marketing: The Colonialities of Power, Knowledge and Being. Revista Interdisciplinar de Marketing, 11(2), 92-114. https://doi.org/10.4025/rimar.v11i2.58641
Rodrigues, L. & Hemais, M. W. (2020). Eurocentric influences on the Brazilian Advertising Self-Regulation System: historical research from a decolonial perspective. Cadernos Ebape.Br, 18(1), 794-806. https://doi.org/10.1590/1679-395120200024x
Salazar, O. C., Vargas, F. M., & Pascagaza, E. G. (2021). Circular economy and reducing consumption from a decolonial approach. Cuadernos De Administración, 37(70). https://doi.org/10.25100/cdea.v37i70.10905
Salazar, O. C., Vargas, F. M., & Rangel, P. E. S. (2022). La Reducción Voluntaria del Consumo Como Oportunidad de Desarrollo a Escala Humana. El Ágora USB, 21(2), 690–709. https://doi.org/10.21500/16578031.5880
Salviati, M. E. (2017). Manual do aplicativo Iramuteq. Recuperado de http://www.iramuteq.org/documentation/fichiers/manual-do-aplicativo-iramuteq-par-maria-elisabeth-salviati
Sandikci, O. (2022). The scalar politics of difference: Researching consumption and marketing outside the west. Marketing Theory, 22(2), 135-153. https://doi.org/10.1177/14705931221074721
Santos, V. M. (2018). Notas desobedientes: decolonialidade e a contribuição para a crítica feminista à ciência. Psicologia & Sociedade, 30(1), 1-11. https://doi.org/10.1590/1807- 0310/2018v30200112
Sassatelli, R. (2007). Consumer culture: History, theory and politics. Sage.
Slade, T. (2020). Decolonizing luxury fashion in Japan. Fashion Theory, 24(6), 837-857. https://doi.org/10.1080/1362704x.2020.1802101
Silva, M. A. S. (2020). Uma Fusão no Estilo Mwangolé. E-Compós, 23, 1-24. https://doi.org/https://doi.org/10.30962/ec.2104
Soares, T. & Pereira, S. L. (2021). Juventudes, cosmopolitismos e Consumo Midiático. Revista FAMECOS, 28(1). https://doi.org/10.15448/1980-3729.2021.1.36725
Solomon, M. R. (1983) The Role of Products as Social Stimuli: A Symbolic Interactionist Perspective. Journal of Consumer Research, 10, 319-329. http://dx.doi.org/10.1086/208971
Sousa, Y. S. O. (2021). O Uso do Software Iramuteq: Fundamentos de Lexicometria para Pesquisas Qualitativas. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 21(4), 1541-1560. https://doi.org/10.12957/epp.2021.64034.
Souza, M. A. R. D., Wall, M. L., Thuler, A. C. D. M. C., Lowen, I. M. V., & Peres, A. M. (2018). O uso do software Iramuteq na análise de dados em pesquisas qualitativas. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 52(0). https://doi.org/10.1590/s1980-220x2017015003353
Urbano, K., Mazur, D., Araujo, M., & Albuquerque, A. d. (2021). K-pop, ativismo de fã e desobediência epistêmica: um olhar decolonial sobre os ARMYs do BTS. Logos, 27-3, 177-190. https://doi.org/10.12957/logos.2020.54453
Vlagopoulos, P. (2019). Decolonizing Food: Transgressive Eating in Junot Díaz’s drown. Arizona Quarterly: A Journal of American Literature, Culture, and Theory, 75(3), 27-58. https://doi.org/10.1353/arq.2019.0016
Walsh, C., Mignolo, W., Herrero, F., & Tinker. T. (2021). What do we mean by "decoloniality". Journal for Cultural & Religious Theory, 20(3). Recuperado de https://openurl.ebsco.com/EPDB%3Agcd%3A10%3A10620506/detailv2?sid=ebsco%3Aplink%3Ascholar&id=ebsco%3Agcd%3A153331236&crl=c&link_origin=www.google.com
Walsh, C. (2009). Interculturalidad, Estado, sociedad: luchas (de)coloniales de nuestra época. Quito: Universidad Andina Simón Bolívar/Ediciones Abya-Yala.
Warde, A. (2014). After taste: Culture, consumption and theories of practice. Journal of Consumer Culture, 14(3), 279-303. https://doi.org/10.1177/1469540514547828
Yáñez-Duamante, C., Oliva-Figueroa, I., Catalán-Verdugo, G., & Moreno-Doña, A. (2019). “Other” educative space and ecological knowledge: Exchange and collaborative consumption trade fairs in Chile Estudios pedagógicos (Valdivia), 45(1), 123-135. https://doi.org/10.4067/s0718-07052019000100123

Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Jonathan Ferreira, Adriana Comini da Silva, Anne Carolina dos Santos, Melissa Rizzo Sperandio, Olga Maria Coutinho Pepece (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Atribuição 4.0 internacional CC BY 4.0 Deed
Esta licença permite que outros remixem, adaptem e desenvolvam seu trabalho não comercialmente, contanto que eles creditem a você e licenciem suas novas criações sob os mesmos termos.