Fios da Vida

micropolítica e macropolítica na proposição Caminhando de Lygia Clark

Autores

  • Thaís Fernanda Rocha Magalhães Universidade Federal de Mato Grosso
  • Maria Thereza de Oliveira Azevedo Universidade Federal de Mato Grosso

Palavras-chave:

Micropolítica, Macropolítica, Lygia Clark, Caminhando

Resumo

A proposta deste artigo é abordar o trabalho Caminhando (1963) da artista brasileira Lygia Clark (1920 - 1988) tecendo diálogos com autoras como Suely Rolnik (2019), Félix Guattari e Gilles Deleuze (1996). Rolnik, nos oferece uma leitura que atualiza o Caminhando a partir dos conceitos de micropolítica e macropolítica chamando a atenção para a urgência em reconhecer a articulação entre tais esferas sociais na produção de subjetividade. O Caminhando nos auxilia a fazer um recorte nas Artes Visuais brasileira onde é possível observarmos alguns processos embrionários da arte contemporânea: participação e conceitualismo. Ambos os quais nos conduzem pelos emaranhados fios da vida quando experimentamos realizar o gesto de cortar uma fita feita de papel, objeto cotidiano que em nossa leitura sustenta o paradoxo entre direito e avesso, dentro e fora como nas bandas de Moebius.

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Biografia do Autor

Thaís Fernanda Rocha Magalhães, Universidade Federal de Mato Grosso

Artista Visual, pesquisadora e professora formada em Artes Visuais, com habilitação em Licenciatura, pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais com trabalho final sobre a arte ameríndia brasileira. Foi aprovada em primeiro lugar no processo seletivo de Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea na Universidade Federal de Mato Grosso na linha de pesquisa Poéticas Contemporâneas. A pesquisa de mestrado desenvolvida recebeu aprovação para o processo de transposição para Doutorado em 2020 sob orientação da professora Dra. Maria Thereza Azevedo. Se interessa pela arte em estado de nascimento como caminho para a germinação de linguagens que precisam de um corpo. O título de sua pesquisa de doutorado é CAMINHANDO COM LYGIA CLARK: A NOSTALGIA DO SINGULAR ESTADO DE ARTE SEM ARTE. Cria pequenas esculturas, faz pesquisas em desenho, pintura, fotografia e registra parte da cartografia da sua tese em experimentos entre o lápis, a aquarela e as palavras.

Maria Thereza de Oliveira Azevedo, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutora em Artes Cênicas pela USP. Cineasta, propositora de Poéticas Urbanas. Pesquisadora Associada do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea. ECCO/UFMT. Orienta Mestrado e doutorado em Poéticas Contemporâneas. Líder do Grupo de Pesquisa Artes Híbridas: intersecções, contaminações, transversalidades. No Grupo de pesquisa desenvolveu as seguintes pesquisas integradas: Artes da cena em Abya yala: feminismos e decolonialidade (2016) Corpo, performance, escritas e espaços: as artes da cena no contemporâneo.(2015) Transversalidades: artes visuais, teatro e cinema.(2014) Arte, cidade e interconexões.(2012) Derivas percursos, imagens e escutas: imersões sobre a cidade de Cuiabá.(2009). Coordenou o projeto Cidade Pensada em 2012 e o projeto Cidade Possível em 2016. Lider do Coletivo à deriva de intervenções urbanas, desde 2009.

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Publicado

30-12-2020

Como Citar

Magalhães, T. F. R., & Azevedo, M. T. de O. (2020). Fios da Vida: micropolítica e macropolítica na proposição Caminhando de Lygia Clark. Revista Do Colóquio, 1(19), 42–60. Recuperado de https://periodicos.ufes.br/colartes/article/view/33224