Processos de desencastelamento patrimonial

Possíveis biografias do Palacete Nhonhô

Autores/as

Palabras clave:

Documentario experimental, Arquitetura, Nhonho

Resumen

O presente artigo tem como intuito analisar e discutir o documentário experimental Nhonhô (2020) dos artistas visuais Giselle Beiguelman e Ilê Sartuzi. No decorrer das investigações, buscamos entender as motivações que influenciaram o levantamento de documentações e imagens fotográficas de arquivo e, por conseguinte, as instâncias convocadas ao realizar uma releitura da história e da estrutura arquitetônica do casarão de um dos mais empoderados cafeicultores de São Paulo, Nhonhô Magalhães. Merece destaque o impacto sensível que a mesma é capaz de promover no espectador enquanto caráter denunciador da realidade sócio-política brasileira, em que o pensamento colonial ainda se encontra em voga nos dias atuais e o trato cultural é relegado ao seu desmantelamento.  

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Biografía del autor/a

Lília Márcia de Sousa Pessanha, Universidade de Vila Velha

Mestre em Artes com linha de pesquisa em História, Teoria e Crítica de Arte pela Universidade Federal do Espírito Santo ? Ufes [2018-2020], pesquisa em sua dissertação o campo imagético e o processo criativo no âmbito contemporâneo abrangendo as obras do artista Cao Guimarães. Possui tecnólogo em Fotografia [2015 ? 2017]. Integra o grupo de estudos ?Processos de Criação em Curadoria?, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Ananda Carvalho (DAV-UFES). Atuou como pesquisadora do Programa de Bolsa de Iniciação Científica da Universidade de Vila Velha (UVV) na área de Fotografia [2016 ? 2017] abordando o auto retrato como parâmetro de aceitação e/ou rejeição da imagem na sociedade contemporânea. Participou da co-curadoria da exposição ?Limiares labirínticos: Graduartes 2019? na Galeria de Artes ? GAP/ UFES sob orientação da curadoria da Prof.ª Dr.ª Ananda Carvalho. Esteve presente na Produção e Divulgação da I Mostra Nacional de Audiovisual ES: Há um lugar para a arte?" [2019], no Cine Metrópolis, UFES. No campo artístico, integra o Coletivo Fotográfico Balancê, em conjunto com Bruna Nascimento e Eduarda Gomes. Participou como diretora de arte nos curtas metragens ?Inhumane? [2018], ?Unreal? [2018] e ?Creative Labyrinth? [2018] sob direção de Luiz Will Gama. Sua primeira Exposição Coletiva Fotográfica, Ilha Surreal, com curadoria de Bebel Gama, foi realizada em 2015 na Casa da Stael durante a Virada Cultural em Vitória. Teve como intuito retratar o Centro Histórico de Vitória com influências fotográficas o Construtivismo Russo e Cotidiano abordado pelo Alexander Rodchenko. Participou da Comissão de Organização da Semana de Fotografia FotoSíntese, realizada na UVV e como instrutora na Oficina de Cianótipo e Kalítipo sob supervisão de Ignez Capovilla. Em 2016, participou da Exposição Coletiva Fotográfica SecularES sob orientação de Elizabeth Nader, realizada no Teatro Municipal de Vila Velha, apresentando Monumentos Históricos e Culturais do Espírito Santo construídos entre os séculos XVI e XVIII conduzindo os espectadores a territórios erguidos, em grande parte, por índios e negros e transformado pelo contínuo agir humano. Após a exposição, o Coletivo SecularES tornou-se um Projeto onde originou-se na publicação de um livro fotográfico, também com a orientação de Elizabeth Nader.

Citas

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Publicado

09-08-2023

Cómo citar

Pessanha, L. M. de S. (2023). Processos de desencastelamento patrimonial: Possíveis biografias do Palacete Nhonhô. Revista Do Colóquio, 13(21), 113–127. Recuperado a partir de https://periodicos.ufes.br/colartes/article/view/40928