O ANTIRREALISMO CERVANTINO EM MACHADO DE ASSIS
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v%25vi%25i.10434Resumo
Historicamente, a obra de Machado de Assis, a partir de 1881, tem sido equivocadamente classificada como realista por parte de uma parcela da crítica literária, equívoco reproduzido em alguns livros didáticos. Neste artigo, apoiando-nos em Fuentes, Vargas Llosa, Bernardo e outros autores, buscamos demonstrar o quanto, na realidade, a produção machadiana se distancia dessa concepção, na medida em que privilegia precisamente características antirrealistas: a autocelebração como ficção, o jogo com as formas narrativas, as digressões temporais, a experimentação com a linguagem e a desconstrução da autoridade e da credibilidade atribuídas ao narrador. Nesse sentido, perfila-se ao que Fuentes definiu como “tradição de La Mancha”, cujas raízes se encontram no romance Dom Quixote, de Miguel de Cervantes.
PALAVRAS-CHAVE: Machado de Assis. Miguel de Cervantes. Tradição de La Mancha. Realismo. Ficcionalidade
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