O relato de Riobaldo como um auto-informe-confissão
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v%25vi%25i.24555Abstract
O intuito deste trabalho é demonstrar, amparando-se na teoria bakhtiniana, que o relato de Riobaldo caracteriza-se como um relato auto-informe-confissão, conceito bakhtiniano que se revela como gesto testemunhal e se constitui de uma auto-objetivação em que o outro é excluído com sua abordagem particular e só a relação pura do eu consigo mesmo é princípio organizador da enunciação. Só constitui o auto-informe-confissão aquilo que o eu pode dizer de si mesmo. O tom de Riobaldo é confessional e o princípio organizador de sua narrativa está em sua relação consigo próprio, embora não desconsidere o interlocutor, pois é impossível um auto-informe puro, uma enunciação com apelo axiológico só para si mesmo, uma vez que ter consciência de si na existência já pressupõe que há reflexão axiológica em alguém, de que o ser é para o outro também. Estabelece-se, desse modo, uma tensão com a consciência axiológica do outro que perturba a pureza da relação solitária consigo mesmo.
Palavras-chave: Riobaldo – Personagem literário. Relato literário. Auto-informe-confissão literário.
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