O ator da enunciação na adaptação: uma visão semiodiscursiva da tradução/adaptação
Abstract
Partindo da semiótica discursiva e da teoria da tradução, pretende-se entender como a figura do cineasta, entendido como ator da enunciação, uma subjetividade enunciativa formada a partir de um estilo discursivo próprio, deixa seus traços ideológicos na adaptação. Observando o filme Paranoid Park, discutimos como os interpretantes do ator da enunciação Gus Van Sant, relacionados a temas e formas pessoais, ou autorais, são sobrepostos ao texto fonte, existindo como atualizações críticas relacionadas não apenas a macro, mas também micro-culturas, crenças e saberes alternativos assumidos pelo cineasta, e constitutivos de sua subjetividade semiótica. Em termos expressivos, concluímos que o ator da enunciação investe em formas experimentais e pouco convencionais relacionadas ao gosto da elite, e exige, diferentemente do romance, um enunciatário letrado na linguagem cinematográfica, e que precisa estar familiarizado com um discurso fílmico extremamente intertextual e experimental.
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