Literatura na contramão da efemeridade da produção flexível: a formação humana como substância

Autores

  • Maira Braga A. Dourado Universidade Federal de Goiás
  • Juliana de Castro Chaves Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.47456/contexto.v1i42.36769

Resumo

RESUMO: É no contexto da sociedade excitada permeada pela efemeridade da produção flexível que se faz fundamental problematizar a substância da literatura: a formação humana. Este trabalho discute a relação entre literatura e formação humana a partir dos autores Theodor Adorno e Walter Benjamin, que, embora apresentem diferenças teóricas, contribuem para a análise da literatura em seus aspectos formativos. A literatura é concebida como uma produção da cultura, uma expressão da arte que, em sua imanência, já traz tensões entre experiência e o todo social, e carrega na sua forma estética possibilidades de experiências formativas voltadas para o processo de humanização. Elementos estéticos, tais como: universalidade, enigma, alegoria, mimese, relações de semelhança, forma e conteúdo, parte e todo, sujeito-objeto, linguagem não padronizada, razão que nega a funcionalidade e a não expropriação do esquematismo kantiano distanciam a literatura da semiformação.

PALAVRAS-CHAVE: Educação; Literatura; Formação Humana; Teoria Crítica.

 

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Publicado

22-12-2022

Edição

Seção

Dossiê LITERATURA E ESCRITA LITERÁRIA NA EXCITADA SOCIEDADE DO ESPETÁCULO