Música, juventude e território: a construção da identidade coletiva em uma favela do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v%25vi%25i.14938Resumen
RESUMO: Este artigo propõe uma aproximação a um estilo musical produzido nas favelas do Rio de Janeiro, entendendo-o como elemento formador de identidade e base da negociação das regras do “estar juntos”. Após descrever o surgimento do subgênero em enclaves territoriais controlados por quadrilhas do varejo das drogas, toma-se o Funk Proibido Carioca (Proibidão) como chave para compreender a constituição de uma “comunidade imaginada”. Em situações predominantemente dialógicas, as letras tornam visíveis códigos que só têm vigência nos bairros marginais onde ordenam o mundo criminal e orientam a resolução de conflitos derivados dos mais diferentes tipos de relacionamento interpessoal. O método escolhido para compreender o funcionamento das favelas como “comunidades de sentimentos” foi pensar, de um ponto de vista sociológico e também enquanto linguagem, um subgênero musical que expressa um processo de microlocalização identitária, deslocando-se o olhar para zonas onde emergem novas experiências intersubjetivas e onde se negociam outros valores culturais.
PALAVRAS-CHAVE: Funk Proibido de Facção. Relatos identitários. Favela. Código consuetudinário. Microlocalização identitária.
ABSTRACT: This article proposes an approach to a musical style produced in the “favelas” (irregular or informal settlements) of Rio de Janeiro as a formative element of identity and the basis of the “being together” negotiation rules. After describing the emergence of the subgenre in territorial enclaves controlled by the low-level drug trafficking gangs, the Prohibited Carioca Funk (“proibidão”) is taken as key to understanding the creation of a imagined community. In predominantly dialogical situations, the lyrics make visible codes that are valid only in the slums where they arrange the delinquency world and guide the resolution of conflicts arising from different types of interpersonal interaction. The method chosen to try to understand the functioning of slums as “feelings of communities” was to think a musical subgenre that expresses a process of identity micro-location, shifting his gaze to areas where emerging new inter-subjective experiences and negotiate other cultural values.
KEYWORDS: Forbidden Gang Funk. Identitary Accounts. Slum. Consuetudinary Code. Identitary Microlocalization.
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