MODERNIDADE ESTÉTICA E FILOSOFIA NOS DISCURSOS E PRÁTICAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

Autores/as

  • Antonio Carlos Siqueira UFMG
  • Luis Eustáquio Soares Ufes

DOI:

https://doi.org/10.47456/contexto.v%25vi%25i.6759

Resumen

Este estudo pretende iniciar uma incursão transdisciplinar entre Filosofia e Modernidade Estética. No entanto, como tal entrecruzamento pode abarcar um mundo de possibilidades, a Filosofia e a Modernidade Estética, da qual trataremos, serão exatamente aquelas mais aptas a dialogar com duas outras referências, a saber, o movimento antropofágico do poeta paulista Oswald de Andrade, e a sua re-apresentação intertextual, no interior da década de sessenta, agora não mais no âmbito da poesia, mas no da Música Popular, a qual retoma os gestos e trejeitos, a um tempo iconoclásticos e cosmopolitas, presentes na visão antropofágica da poética de Oswald de Andrade, para re-encená-los no interior das demandas identitárias da década de sessenta, momento em que grupos e tendências diversas, no campo da cultura, intensificaram um profícuo diálogo aberto do Brasil com o mundo. Analisaremos principalmente o mais antropofágico e cosmopolita desses grupos, no plano da Música Popular, o tropicalismo, que conseguiu realizar, em suas canções, um sistema de colagens antropofágicas capaz de misturar o erudito e o popular, o primitivo e o novo, o barroco e o clássico, o brega e o chique, o bárbaro e o civilizacional, o local e o planetário, realizando, na prática, enfim, aquilo que Haroldo de Campos, teoricamente, dizia sobre o Barroco, ser sem infância, pois já nascera falante

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Publicado

19-12-2004