Ensino remoto emergencial: virtualização da vida e o trabalho docente precarizado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/geo.v1i32.35529

Palavras-chave:

ensino remoto, precarização do trabalho, geografia escolar

Resumo

A pandemia de Covid-19 surpreendeu o mundo, provocou alterações nos modos de vida, nas práticas laborais e expôs as desigualdades do atual período técnico-científico-informacional.  No sistema educacional, professores precisaram se reinventar para que o fechamento das escolas não fosse tão prejudicial ao processo ensino-aprendizagem.  Nesse contexto, o artigo analisa a atuação de professores de Geografia durante a pandemia da Covid-19 a partir de breve discussão teórica sobre o histórico da educação a distância no Brasil, formação de professores e saberes docentes, a fim de conhecer as condições de trabalho destes profissionais ao longo do isolamento social. Para tanto, foi aplicado um questionário para professores de Geografia atuantes na educação básica. Os resultados demonstraram dificuldades, por parte dos sujeitos da pesquisa, com a modalidade remota, denunciaram o descaso das autoridades responsáveis pela Educação e revelaram a preocupação dos professores em garantir condições de aprendizagem aos estudantes, ao mesmo tempo que seus lares convertiam-se em locais de trabalho.

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Biografia do Autor

Ricardo Chaves de Farias, Universidade de Brasília

Mestre em Geografia pela Universidade de Brasília (UnB) na área de concentração em Gestão Territorial e Ambiental com ênfase em Geografia Escolar. Licenciado em Geografia pela Faculdade Projeção (2007). Atualmente é professor de Geografia na rede privada do Distrito Federal e integra o grupo de pesquisa - Ensino, Aprendizagem e Formação de Professores em Geografia da Universidade de Brasília - GEAF/UnB. Tem experiência na área de Educação em Geografia.

Denise Mota Pereira da Silva, Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal

Doutoranda e mestre em Geografia pelo Departamento de Geografia da Universidade de Brasília- UnB. Professora da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo - SEESP (2000 a 2012). Pós graduação lato-sensu pela UNICAMP (2007). Atuou em escolas particulares de SP (2005 a 2010). Atualmente é professora da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal-SEEDF. Coordenadora pedagógica dos anos finais do Ensino Fundamental (2015 e 2016). Membro do Grupo de Pesquisa Ensino Aprendizagem e Formação de Professores em Geografia - GEAF/UnB, do Grupo de Estudos de Cartografia para Escolares - GECE/UFG e Rede Iberoamericana de professores investigadores do Projeto Nós Propomos! Cidadania e Inovação na Educação Geográfica. Possui experiência em metodologias/estratégias de ensino aprendizagem em Geografia para a Educação Básica.

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Publicado

21-07-2021

Como Citar

CHAVES DE FARIAS, Ricardo; MOTA PEREIRA DA SILVA, Denise. Ensino remoto emergencial: virtualização da vida e o trabalho docente precarizado. Geografares, Vitória, Brasil, v. 1, n. 32, p. 240–262, 2021. DOI: 10.47456/geo.v1i32.35529. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/35529. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Geografizando a pandemia. Entrelugares do adoecimento existencial