“Vidas e terras indígenas importam”: geografias das r-existências dos povos e comunidades tradicionais em tempos de pandemia
DOI:
https://doi.org/10.47456/geo.v1i32.35555Palavras-chave:
indígenas, r-existência, pandemia.Resumo
O objetivo principal deste texto é fazer uma análise das r-existências dos povos indígenas e comunidades tradicionais em tempos da pandemia de COVID-19. Neste texto utilizamos os conceitos de desigualdades, contenção territorial e corpo-território na análise geográfica da pandemia do ponto de vista indígena/latino-americano. No Brasil, diante da omissão e negligência do governo necropolítico, os indígenas têm realizado esforços para conter a proliferação do vírus. Para os povos tradicionais a tendência é de uma tentativa de retornar ao controle territorial zonal das terras, que tinha sido imposto pela sociedade não indígena, mas que agora, para combater a disseminação de coronavírus, é feita pelos próprios indígenas, no sentido de uma contenção realizada de baixo, pelas minorias étnicas, como forma de proteção e defesa da vida, do corpo-território.
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