Hábitos e grau de conhecimento de população escolar da região Norte do Espírito Santo sobre as parasitoses intestinais

Habits and level of knowledge of the school population in the northern region of Espírito Santo about intestinal parasites

Autores

  • Emilly Almeida Santos Universidade Federal do Espírito Santo https://orcid.org/0009-0006-4294-5071
  • Marco Antônio Andrade de Souza Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.47456/hb.v6i1.48319

Palavras-chave:

parasitoses intestinais, estudantes universitários, promoção da saúde

Resumo

Embora a taxa de mortalidade por doenças parasitárias tenha diminuído significativamente nos últimos anos, o índice de morbidade ainda se constitui como um problema para a população brasileira. Com frequência há muitos casos assintomáticos, dificultando a detecção da infecção, o que contribui para uma falsa expectativa de melhora desse quadro. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar o grau de conhecimento dos estudantes de uma instituição de nível superior com relação às parasitoses intestinais. Os estudantes que concordaram em participar assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido e responderam a um questionário com informações pessoais e perguntas sobre alimentação, higiene e estado de saúde. Um total de 119 estudantes respondeu ao questionário e aqueles pertencentes aos cursos de Ciência da Computação, Engenharia de Produção e Farmácia demonstraram maior conhecimento sobre as parasitoses intestinais, como evitá-las, bem como o preparo adequado dos alimentos e o consumo de água filtrada. Considerando a renda familiar dos entrevistados, observou-se que os estudantes cujas famílias recebem acima de 5 salários-mínimos foram os que mais realizaram exames parasitológicos, como também não apresentaram resultados positivos para contaminação parasitária. Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides e Endolimax nana foram os parasitos relatados pelos estudantes e a população com hábitos de roer unhas apresentou o maior índice de contaminação parasitológica. Os resultados indicam que os hábitos, as condições socioeconômicas e o conhecimento dos processos de transmissão parasitária são de extrema importância para o direcionamento e desenvolvimento de estratégias aos estudantes de forma a diminuir a prevalência das doenças.

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Publicado

05-05-2025

Edição

Seção

Ciências da Saúde