Educação do Campo e Formação de Professores: Um Diálogo sobre as Relações Etnico-Raciais

Autores

  • Cheirla dos Santos Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
  • Lucilene Moura Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
  • Ana Cristina Nascimento Givigi Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Resumo

 

O artigo tem por objetivo tecer reflexões sobre o trato das questões étnico-raciais a partir da Educação do Campo, buscando compreender a importância da formação de professores para o desenvolvimento de práticas engendradas na superação do racismo. O Brasil é um país de maioria populacional negra e parte dessa população reside no campo, e é marcada por uma série de desigualdades, sejam elas de classe, gênero e raça. No entanto, no campo da produção cientifica ainda são poucas as produções com a temática racial, no contexto da Educação do Campo, o que pode indicar o silenciamento e a invisibilização em relação à temática. Considerando a existência e o vasto legado do campesinato negro é urgente que a Educação do Campo paute as discussões das relações étnico-raciais de forma mais efetiva. Como metodologia, adotamos a pesquisa qualitativa, com revisão bibliográfica, sendo eleitos autores/as como, Gomes (2003; 2005;2011; 2013); Cardoso (2004); Munanga (2008); Souza (2016); Farias e Faleiro (2017); Molina (2015); Caldart (2008;2009); Almeida (2008); Guimaraes (2009);  entre outros que vem, ao longo do tempo, se debruçando em pesquisas, que nos ajudam a  aprofundar nosso olhar e nosso engajamento na luta por uma educação antirracista. Conclui-se que este olhar e prática política não é menor, uma vez que problematiza o caráter racista do estado, que pode-se notar na estrutura fundiária brasileira, sendo importante não suprimir o campesinato negro da memória da luta pela terra e nas estratégias para a reforma agrária.

Palavras-chave: Educação do Campo; relações étnico raciais; formação de professores, campesinato negro

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Biografia do Autor

Cheirla dos Santos Souza, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

É Mestre em Educação do Campo pelo Programa de Pós-Graduação em Educação do Campo (PPGEducampo) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) do Centro de Formação de Professores (CFP). É Especializada em Educação de Jovens e Adultos pela Universidade Candido Mendes. Integrante do Núcleo CAPITU - Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade e Diversidade. Tem experiência em Coordenação de Alfabetização de Jovens e Adultos e na área de Direitos Humanos e Mediação de Conflitos. Atuou como Conselheira Tutelar do município de Mutuípe (2010 - 2013) e como Coordenadora do Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos - TOPA (2014). Atualmente é funcionária pública no município de Mutuípe onde exerce a função de Orientadora Social junto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Centro de Referência da Assistência Social - CRAS. É Integrante do grupo de Capoeira Axé Bahia de Mutuípe.

Lucilene Moura, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

É graduada em pedagogia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia-UFRB e mestranda em Educação do Campo pela mesma universidade. Atualmente, é professora dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e pesquisa as questões de racismo e identidade negra.

Ana Cristina Nascimento Givigi, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Professora Associada do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Pós Doutora pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher/NEIM/UFBA, Vice Coordenadora do Núcleo CAPITU - Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade e Diversidade /Cnpq e professora do Mestrado em Educação do Campo/UFRB, desde 2012, integrando hoje a Linha 3: Cultura, Raça, Gênero e Educação do Campo. Orienta trabalhos em gênero, culturas e resistências, soberania alimentar, ancestralidade e decolonialidade, lutas ontológicas pela terra em intersecção com a raça e a questão agrária brasileira. Membro do Conselho Municipal de Educação de Amargosa-BA, representando ‘Diversas religiões’.  Atualmente, também é Pesquisadora Associada do NEIM/UFBA.

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Publicado

30-12-2020

Edição

Seção

Dossiê: Educação do Campo: processos formativos no Espírito Santo e no Brasil