Inventário da realidade: fazeres, saberes e sujeitos campesinos em prosas e rimas
DOI:
https://doi.org/10.47456/krkr.v3i4.32951Resumo
O presente artigo pretende socializar a pesquisa realizada na escola inserida no território camponês do Assentamento Contagem - Distrito Federal - Brasil, que desenvolveu o trabalho investigativo coletivo, dialético, dialógico e práxico intitulado Escola Classe Sonhém de Cima: os saberes e os fazeres do campo com prosas e rimas com o intuito principal de ressignificar a identidade da escola do campo, a partir da materialização da construção do inventário social, histórico cultural e ambiental. Os objetivos específicos norteadores foram conhecer a história da constituição do Assentamento Contagem, desde da chegada dos primeiros posseiros e das famílias dos Sem Terra no processo de ocupação da fazenda devoluta até a conquista da terra pela família camponesa e reconhecer a cultura camponesa, em especial, os modos de produção de vida na terra para produzir alimentos com dignidade e com orgulho de serem camponeses. Os referenciais teóricos balizadores Bogo (2012), Caldart (2018), Fernandes (2012), Leite (2012), Freitas (2010), Krupskaya (2017), Leite (2012), MEC (2002), Pistrak (2013; 2018), SEEDF (2014; 2016; 2018; 2019), Sapelli (2019), Shulgin (2013) e Tardin (2012). Foram desenvolvidas as seguintes ações pedagógicas: visita aos espaços comunitários e familiares (galpão, padaria, casa de farinha, lavouras e residências) com a mediação dos camponeses e camponesas; roda de conversa com os primeiros assentados e com agentes comunitários; análise e releitura de fotos do livro Terra de Sebastião Salgado; leitura e interpretação de poemas de Cora Coralina e Pedro Munhoz; construção de estandartes; apresentação da encenação teatral A contagem do Contagem. O registro das ações foi realizado através de fotos, vídeos, textos e desenhos produzidos pelo coletivo Girassol. O trabalho investigativo contribuiu no processo de aprendizagem dos educandos, pois conheceram a luta, a persistência e a resistência dos sujeitos históricos e de direitos, que conquistaram a terra para morar, trabalhar, produzir alimentos e apreenderam a importância da terra para a constituição da identidade dos povos camponeses.
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