Contribuições da história da matemática africana no ensino de matemática na educação básica
DOI:
https://doi.org/10.47456/krkr.v1i19.43594Palavras-chave:
História da Matemática Africana; Educação Matemática; Etnomatemática; Inclusão CulturalResumo
Este presente artigo tem como proposição apresentar contribuições das ciências africanas e afrodiaspóricas com enfoque na história da matemática africana para o ensino-aprendizagem de matemática na educação básica. A pesquisa justifica-se com base na Lei nº10.639/2003, que estabelece obrigatoriedade nos currículos escolares nas escolas brasileiras da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira. O problema de pesquisa proposto foi investigar se o ensino de matemática na abordagem didática, metodológica, decolonial e antirracista corrobora para desconstrução da história da matemática única, monocultural brancocêntrica e eurocêntrica ensinada na sala de aula? A pesquisa enquadra-se na abordagem qualitativa, dentro dos objetivos da pesquisa exploratória e, nos procedimentos da pesquisa bibliográfica em associação com a pesquisa documental. Verifica-se diante do importante acerco bibliográfico e documental analisado que a Lei nº 10.639/2003, configura-se o principal documento jurídico e educacional para o professor promover um ensino de matemática antirracista e decolonial. Conclui-se sendo primordial na escola pública brasileira um currículo multicultural com importante quantitativo de alunos afrodescendentes o ensino da história, cultura e conhecimentos de ancestralidade africana.
Downloads
Referências
ANDRADE, G.M. Falta de conteúdos de matrizes africanas nos conteúdos curriculares na educação básica brasileira. 2023. 109 f. Dissertação ( Mestrado em Educação) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023.
ARAÚJO, J. L.; BORBA, M. C. Pesquisa Qualitativa em Educação Matemática. 6. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2023, Cap. 1, p. 23-49.
BENITE, A.M.C. Descolonização dos currículos de ciências. Goiás: Nexo, 2020.
BENITEZ, P. et al. Centro de aprendizagem e desenvolvimento: estudo de caso interdisciplinar em aba. Psicol. teor. prat. [online]. vol. 22, n.1, p. 351-367. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v22n1p351-367. Acesso em: 23 jan. 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
BOYER, C. B. História da Matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo: Edgard Blucher, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio): Matemática. Brasília, DF: MEC/SEF, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: SECAD, 2004.
CHIMAMANDA, A.N. O perigo da história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática se ensina? In: Revista Bolema, v.3, n. 4, p. 24-36. Rio Claro, 2005.
D’AMBROSIO, U. Educação para uma sociedade em transição. São Paulo; Papirus. 2013.
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática – elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
DIOP, C.A. O pensamento africana no século XX. São Paulo: Outras Expressões, 2016.
EVES, H. Introdução a História da Matemática. Tradução: Higino H. Domingues. Campinas/SP: Editora da UNICAMP, 2004.
FORDE, G. H. A. MATRIZES NEGRO-AFRICANAS DO CÁLCULO ALGÉBRICO: O CONHECIMENTO MATEMÁTICO PRESENTE NO PAPIRO AHMES. Revista Da Associação Brasileira De Pesquisadores/as Negros/As (ABPN), v. 11, n. (Ed. Especi), p. 109–127.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6.ed.São Paulo: Atlas, 2019.
GERDES, P. Da Etnomatemática a arte-design e matrizes cíclicas. Belo 80 Capítulo 9. Bibliografia Horizonte: Autêntica, 2002.
GERDES, P. Pitágoras africano: um estudo em cultura e educação matemática. Maputo, Moçambique: Instituto Superior Pedagógico, 1992.
GOMES, N. L. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. In: Revista Currículo sem Fronteiras, v.12, n.1, p. 98-109, Jan/Abr 2012.
GOMES, N.L. Indagações sobre o currículo. Brasília, 2007.
LIMA, C. T. G. DE. Matemática e História e cultura afro-brasileira. Secretaria da Educação do Paraná, 2007. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/ /portals/pde/arquivos/412-4.pdf. Acesso em: 11 jan. 2024.
KILOMBA,G. Memórias da plantação :Episódios de racismo no cotidiano. São Paulo: Cobogó, 2019.
MBEMBE, A. Necropolítica. Revista Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, v. 11, n. 32, p. 123-151, 2016.
MENEZES, M. DOS. S. Etnogeometria: A geometria construída nos panos africanos. In: GRAPHICA 2005 - Expressão Gráfica e Formação Humanística - VI International Conference on Graphics Engineering for Arts and Design e XVII Simpósio Nacional de Geometria Descritiva e Desenho Técnico, 2005, Recife - PE.
MIGNOLO,W. Desafios coloniais hoje. Revista Epistemologias do Sul. Paraná. v.1, n.1, p. 12-32, 2017.
MOREIRA, A.F.B.; SILVA, T.T. Currículo, Cultura e Sociedade. 12.ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MUNANGA, K. Superando o racismo em sala de aula. Brasília, 2005.
NOGUEIRA, M. Gerais a dentro a fora: identidade e territorialidade entre Geraizeiros do Norte de Minas Gerais. Brasília: Mil Folhas. 240 pp. (Coleção Mil Saberes).
OLIVEIRA, F. P. DE. Inserindo a cultura africana nas aulas de Matemática: um estudo com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Betim (MG). 2014. 230 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2014.
OLIVEIRA, C. C. DE; SEVERINO, A. A; FERREIRA, N. A. Etnomatemática e História da Matemática: possibilidades de implementação da Lei 10.639/03 na formação inicial em Pedagogia. XIII Conferência Interamericana de Educação Matemática. Recife, 2011. Disponível em: https://xiii.ciaem-redumate.org/ /index.php/xiii_ciaem/xiii_ciaem/paper/viewFile/2154/1207. Acesso em: 11 jan. 2024.
PEREIRA, R. P. O jogo africano mancala e o ensino de matemática em face da Lei 10.639/03. 2011. 156 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
PEREIRA, C.L.; JESUS,J.A. O ensino do jogo de mancala nas aulas de educação física nos anos iniciais do ensino fundamental. (Trabalho de Conclusão de Curso) - Universidade Estadual da Bahia, Salvador, 2022.
PINHEIRO, B.C.S.; ROSA,K. Descolonizando saberes e a lei 10.639/2003 no ensino de ciências. 2.ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2022.
RIBEIRO, D.; GAIA, R. S. P. Uma perspectiva decolonial sobre formação de professores e educação das relações étnico-raciais. Linhas Crí¬ticas, v. 27, n. 12, p. 112-125, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.26512/lc.v27.2021.35968. Acesso em: 23 jan. 2024.
SILVA, T.T. Documentos de identidade. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
WALSH, C. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, v. 26, n. 1, p. 42-55, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-46982010000100002. Acesso em: 11 jan. 2024.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Marinete Santana Wutke Welmer, Carlos Luís Pereira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores aceitam, quando do envio de seus trabalhos, a cessão dos direitos editoriais dos mesmos.