Do racismo ambiental ao saberes socioambientais

diálogo entre mestres dos saberes e sujeitos aprendentes na comunidade quilombola do degredo

Autores

  • DÉBORA LÁZARA ROSA Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, Educimat/IFES
  • Jadilson Lino de Oliveira Gomes Secretário Geral e membro da Comissão Quilombola de Degredo, Linhares/ES
  • Manuella Villar Amado Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática - EDUCIMAT

DOI:

https://doi.org/10.47456/krkr.v1i17.44551

Palavras-chave:

Mestres dos saberes Quilombola; Educação Ambiental; Projeto Rio Doce Escolar

Resumo

O presente estudo reconhece e valoriza múltiplas formas de conhecimento em diferentes contextos sociais e culturais, promovendo diálogos interculturais ao analisar a vivência formativa a partir da perspectiva freiriana, promovida pelo Projeto Rio Doce Escolar, junto à Comunidade Quilombola do Degredo no município de Linhares/ES. Essa abordagem está pautada na metodologia da pesquisa, com ênfase na História Oral. O estudo destaca a profunda compreensão dos Mestres dos Saberes da Comunidade após o rompimento da barragem da mineradora Samarco no município de Bento Rodrigues, em Mariana/MG, que atingiu toda a extensão do Rio Doce, de Minas Gerais à foz do Rio Doce, onde se localiza o território Quilombola. Os resultados apontam para a necessidade de reconhecer e valorizar as muitas vozes que anunciam os saberes tradicionais das comunidades quilombolas no enfrentamento do racismo ambiental. Essa luta se dá a partir da interconexão entre justiça climática, racial e social, enfatizando a importância de incluir múltiplas vozes nas tomadas de decisão, debates e políticas ambientais frente ao racismo ambiental sofrido pelas comunidades.

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Biografia do Autor

DÉBORA LÁZARA ROSA, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, Educimat/IFES

Atualmente é professora substituta do Departamento de Educação no Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade Federal do Espírito Santo. É Mestre em Ensino da Educação Básica pelo CEUNES/ UFES em São Mateus/ES, na área de Formação Inicial de professores de Química. Tem experiência na área de Educação nível médio e superior, com ênfase em utilização e produção Metodologias de Ensino como parte do processo ensino aprendizagem e formação inicial de professores de Química. 

Manuella Villar Amado, Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática - EDUCIMAT

É professora titular do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vila Velha. Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (2002), mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (2004), doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas (2008) e pós-doutora na área de Divulgação e Ensino das Ciências pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto- Portugal (2014). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Alfabetização Científica e Espaços de Educação Não Formal (GEPAC). Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (EDUCIMAT). Coordenadora Geral do Projeto Rio Doce Escolar. É pesquisadora na área de Ensino de Ciências realizando pesquisas em Alfabetização Científica e em Espaços de Educação Não Formal.

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Publicado

22-05-2024