Caracterização de casos notificados de violência contra a gestante no Estado do Espírito Santo, no período de 2011 a 2016
Resumo
Introdução: A violência contra a mulher atinge diversos segmentos da sociedade, especificamente a violência que provoca ameaça física, sexual ou psicológica à mulher grávida que pode desencadear o aparecimento de sintomas como dores crônicas, infecções urinárias de repetição, transtornos do comportamento, depressão e tendência ao suicídio. Objetivo: Caracterizar epidemiologicamente casos de violência (física, psicológica e/ou sexual) contra as gestantes residentes no estado do Espírito Santo, no período de 2011 a 2016. Métodos: As análises basearam-se no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Utilizou-se o teste do Qui quadrado para definir associação ou não entre as variáveis, adotando-se nível de significância de 5% como regra de decisão (p<0,05). Também foram obtidos e analisados os valores dos resíduos estandardizados e do V de Cramer. Resultados: A maioria das gestantes agredidas tinha entre 20 e 34 anos de idade, residia em área urbana, era de raça parda, com apenas ensino fundamental, e no momento da agressão, que ocorreu dentro de casa, estava no primeiro trimestre da gestação. O agressor mais comum não é parente da vítima, e a violência física foi o tipo mais encontrado. A macrorregião metropolitana do Estado foi a que registrou maior número de notificações. Conclusão: É grave o quadro de violência contra a gestante no Estado, revelando taxas crescentes de agressões distintas e mais frequentes em um grupo populacional muito vulnerável. Há necessidade de aprimoramento da rede de atendimento à mulher, com opções reais de denúncia e busca da proteção.