Avaliação da sedoanalgesia pelo monitoramento do índice bispectral em uma Unidade de Terapia Intensiva Covid: a importância das intervenções farmacêuticas
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v25i2.40853Palavras-chave:
Sedativos, Analgésicos, Covid-19, Monitores de consciência, Farmacêuticos clínicosResumo
Introdução: O índice bispectral (BIS) é um monitor do nível de conciência com maior sensibilidade e objetividade para a avaliação da atividade cerebral em comparação às escalas subjetivas usuais, principalmente a RASS (Richmond Agitation-Sedation Scale), durante os estados comatosos. Objetivos: Avaliar a sedoanalgesia e os níveis de consciência dos pacientes em ventilação mecância por meio do monitoramento pelo BIS. Métodos: A pesquisa é exploratória, transversal e retrospectiva, conduzida em pacientes da UTI-Covid do Hospital Universitário da Federal do Piauí (HU-UFPI). Dados foram coletados de junho a dezembro de 2021, utilizando infrormações de prontuários e fichas próprias do BIS, após aprovação do comitê de ética (parecer 5.427.074). Análises foram feitas com estatística descritiva simples no Microsoft Excel. Resultados: Analisaram-se 121 avaliações em 47 pacientes, sendo 67% homens. Fentanil e midazolam foram os analgésicos e sedativos principais. Cerca de 60% dos pacientes estavam profundamente sedados e somente 31% apresentavam níveis adequados de sedoanalgesia pelo BIS. Comparando BIS e RASS, 67 análises tiveram BIS 0-39 e RASS -5. Cerca de 80% apresentavam sobredose de midazolam e 29% de fentanil. As intervenções farmacêuticas contribuíram para redução do uso de sedoanalgesia. Conclusão: O BIS mostrou ser uma ferramenta eficaz na avaliação da sedoanalgesia e permitiu uma melhor participação do farmacêutico na prática clínica. Seus benefícios incluíram melhor controle medicamentoso e adequação da sedação em pacientes sob ventilação mecânica na UTI-Covid do HU-UFPI.
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