Incidência e caracterização da violência física contra mulheres de 20 a 59 anos no Brasil e por regiões em 2022

Autores

  • Ana Paula Costa Velten Universidade Federal do Espírito Santo (CEUNES)
  • Meyrielle Belotti Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v27isupl_2.48406

Palavras-chave:

Violência contra a mulher, Violência de gênero, Violência doméstica, Epidemiologia

Resumo

Introdução: A compreensão atualizada da situação epidemiológica dos casos notificados e do perfil das violências sofridas por mulheres, especialmente da violência física — uma das mais frequentes e que muitas vezes revela a ocorrência de outros tipos de violência —, é fundamental para a vigilância desse agravo e para a definição de políticas públicas intersetoriais de prevenção e promoção da saúde. Objetivo: Descrever a violência física notificada contra mulheres de 20 a 59 anos no Brasil em 2022. Métodos: Estudo ecológico, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, referentes às notificações de violência interpessoal contra mulheres adultas no Brasil. Resultados: Em 2022, foram notificados 179.594 episódios de violência interpessoal envolvendo indivíduos de 20 a 59 anos no Brasil, dos quais 75,76% (IC 95%: 75,66–75,86) ocorreram em mulheres. Entre essas, 75,07% (IC 95%: 74,84–75,30) foram vítimas de violência física. A incidência de violência física foi de 16,32 casos notificados por 10.000 mulheres nessa faixa etária. A maioria das vítimas de violência física era jovem, preta/parda, sofreu episódios recorrentes no ambiente doméstico e possuía ou possuíra vínculo afetivo com o agressor, além de, frequentemente, sofrer violência psicológica concomitante. Conclusão: Apesar da subnotificação, a violência doméstica contra mulheres no Brasil permanece alarmante. Para seu enfrentamento, são necessárias pesquisas mais representativas e abrangentes, bem como medidas mais eficazes de proteção e apoio integral às vítimas.

Downloads

Referências

Krug EG, Mercy VER, Dahlberg LL, Zwi AB. The world report on violence and health. Lancet. 2002 Oct 5;360(9339):1083–8. doi: 10.1016/S0140-6736(02)11133-0.

World Health Organization. Preventing suicide: a global imperative [Internet]. Luxembourg: WHO; 2014 [citado 2024 set 1–2025 jan 31]. Disponível em: https://www.who.int/mental_health/suicide-prevention/world_report_2014/en/

Correia CM, Andrade ICS, Gomes NP, Rodrigues GRDS, Cunha KSD, Diniz NMF. Psychosocial care for people with suicidal behavior from the perspective of users and health professionals. Rev Esc Enferm USP. 2020 Dec 7;54:e03643.

Bahia CA, Avanci JQ, Pinto LW, Minayo MCS. Notificações e internações por lesão autoprovocada em adolescentes no Brasil, 2007–2016. Epidemiol Serv Saude [Internet]. 2020 [citado 2024 set 1–2025 jan 31];29(2):e2020046. Disponível em: http://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200006

Guimarães RM, Moreira MR, Costa NR, organizadores. Adolescência e suicídio: um problema de saúde pública. Rio de Janeiro: Fiocruz, SUS; 2024.

Mir TGD. Características das tentativas de suicídio notificadas em Santa Catarina entre 2015 e 2022 [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2024.

Penso MA, Sena DPA. A desesperança do jovem e o suicídio como solução. Soc Estado [Internet]. 2020 [citado 2024 set 1–2025 jan 31];35(1):61–81. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202035010004

Gonçalves B. Sobre o desespero. In: Angerami AA, organizador. Sobre o suicídio: a psicoterapia diante da autodestruição. Belo Horizonte: Artesã; 2018 [citado 2024 set 1–2025 jan 31]. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/rLfXhwgd7qgpBzMSrjwFXmj/

Faro A, Santos JCS. Suicídio na adolescência: panorama, cuidados e escuta. In: Angerami AA, organizador. Sobre o suicídio: a psicoterapia diante da autodestruição. Belo Horizonte: Artesã; 2018. p. 169–89 [citado 2024 set 1–2025 jan 31]. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/rLfXhwgd7qgpBzMSrjwFXmj/

Oliveira VC. Os sentidos da saúde nas mídias jornalísticas impressas. Rev Eletron Comun Inf Inov Saude [Internet]. 2013 [citado 2024 set 1–2025 jan 31];6(4). Disponível em: https://doi.org/10.3395/reciis.v6i4.622

Beck U. A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In: Beck U, Giddens A, Lash S. Modernização reflexiva: política e estética na ordem social moderna. São Paulo: Editora Unesp; 1997. p. 11–68.

Braga VEBJG. No descompasso do jornalismo: o deslocamento da objetividade nas reportagens de Ernesto Varela [dissertação]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2007.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2009.

Silva JR, Assis SM. Grupo focal e análise de conteúdo como estratégia metodológica clínico-qualitativa em pesquisas nos distúrbios do desenvolvimento. Cad Pós-Grad Disturb Desenvolv [Internet]. 2010 [citado 2024 set 1–2025 jan 31];10(1):146–52. Disponível em: https://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgdd/article/view/11203

Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9. ed. rev. e amp. São Paulo: Hucitec; 2006. 406 p.

Downloads

Publicado

06.05.2025

Como Citar

1.
Velten APC, Belotti M. Incidência e caracterização da violência física contra mulheres de 20 a 59 anos no Brasil e por regiões em 2022. RBPS [Internet]. 6º de maio de 2025 [citado 4º de junho de 2025];27(supl_2):12-20. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/48406

Edição

Seção

Artigos Originais