Uma nota a Catulo 8 e 58: a fragmentação do 'ego' e a vulgarização de Lésbia
DOI:
https://doi.org/10.17648/rom.v0i6.11975Palavras-chave:
Catulo 8, Catulo 58, Ego plurívoco, Lésbia, VulgarizaçãoResumo
Um aspecto diferencial da poética de Catulo, que será seguido por outros poetas, é a utilização de seu próprio nome em sua poesia, apresentando-o um ego “plurívoco” como foi mostrado por Greene (1995), isto é, esse ego pode emergir da poesia na primeira pessoa do singular ou plural, na segunda pessoa do singular ou na terceira pessoa do singular. Esta suposta “inconsistência” gramatical não indica um uitium elocutionis contra a puritas ou a latinitas do discurso poético, ao contrário, deve ser lida como uma uirtus poética que é operada na estrutura argumentativa da coleção, ainda que possamos identificar nesse corpus um único livro, ou três. Este artigo tem o objetivo de aferir como podemos ler este fato linguístico em função de uma estrutura argumentativa que visa a sustentar o desenho da persona poética Lésbia na narrativa da coleção de Catulo.
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