Imagens do poder na África Romana
mausoléus de Ghirza e a afirmação política dos 'principes gentium' (séc. III-V d.C.)
DOI:
https://doi.org/10.29327/2345891.23.23-9Palavras-chave:
Poder, Imagens, África romana, Ghirza, Principes gentiumResumo
Nos propomos, neste artigo, a compreender as imagens de poder político registradas em frisos, arcadas e câmaras mortuárias dos mausoléus de Ghirza, uma aldeia norte-africana situada a cerca de 250 km ao sul da costa mediterrânica e erguida em pleno limes Tripolitanus. Ao analisar as fontes visuais encontradas nos monumentos funerários de Ghirza, buscamos problematizá-las a partir da lógica política dos interesses das famílias dirigentes locais. Nosso intuito é compreender o modo como os principes gentium em Ghirza exibiam, nas imagens registradas nos seus mausoléus, seu poder político, religioso, militar e econômico, instrumentalizando tais monumentos funerários como veículos de afirmação de sua autoridade e poder, reproduzindo visualmente, para tanto, símbolos de distinção que exaltavam uma representação excelsa.
Downloads
Referências
Documentação textual
AMMIANUS MARCELLINUS. The Later Roman Empire. Translated by Walter Hamilton. London: Penguin Classics, 2004.
CORIPPE. La Johannide. Traduit par Jean-Chirstophe Didderen. Paris: Errance, 2007.
HERÓDOTO. Histórias. Tradução de Maria de Fátima Silva e Cristina Abranches Guerreiro. Lisboa: Edições 70, 2001.
POMPONIUS MELA. Description of the world. Translated by E. F. Romer. Michigan: The University of Michigan Press, 2001.
PROCOPIUS. De bello vandalico. Translated by H. B. Dewing. London: Harvard University Press, 2006.
SINESIO DE CIRENE. Cartas. Traducción de Francisco Antonio García Romero. Madrid: Gredos, 1995.
TÁCITO. Anales: libros I-VI. Traducción de José L. Moralejo. Madrid: Gredos, 2015.
Documentação arqueológica
BARKER, G. Farming the desert. Tripoli: Unesco, 1996.
BROGAN, O.; SMITH, D. J. Ghirza: a Libyan settlement in the Roman period. London: Libyan Antiquities, 1984.
INSCRIPTIONS OF ROMAN TRIPOLITANIA. Rome: British School at Rome, 1952.
MATTINGLY, D. The Archaeology of Fazzan. London: Society for Libyan Studies, 2003.
MATTINGLY, D. The Archaeology of Fazzan. London: Society for Libyan Studies, 2007.
MATTINGLY, D. The Archaeology of Fazzan. London: Society for Libyan Studies, 2010.
MATTINGLY, D. The Archaeology of Fazzan. London: Society for Libyan Studies, 2013.
Obras de apoio
AUDLEY-MILLER, L. Dress to impress: the tomb sculpture of Ghirza in Tripolitania. In: CAROLL, M.; WILD, J. P. (ed.). Dressing the dead in Classical Antiquity. Stroud: Amberley Publishing, 2012, p. 99-114.
BARTH, H. Travels and discoveries in North and Central Africa. London: Ward, 1857.
BENABOU, M. La résistance africaine à la romanisation. Paris: Maspero, 1976.
BURKE, P. A escola dos Annales (1929-1989): a revolução francesa da historiografia. São Paulo: Unesp, 1997.
BURKE, P. Testemunha ocular: o uso de imagens como evidência histórica. São Paulo: Unesp, 2017.
BUSTAMANTE, R. M. C. Bellum iustum em diferentes perspectivas. In: PEDROSA, F. V. G.; SILVA, M. F. A.; CODEÇO, V. F. de S. Anais do I Encontro de História Militar Antiga e Medieval. Rio de Janeiro: CEPHIMEX, 2011, p. 11-29.
CAMPS, G. Gurzil. Encyclopédie berbère, n. 21, 1999. Disponível em: http://journals.openedition.org/encyclopedieberbere/1824. Acesso em: 13 dez. 2023.
CHERRY, D. Frontier and society in Roman North Africa. New York: Oxford University Press, 2005.
CLERMONT-GANNEAU, C. Lepcis et Leptis Magna. Comptes Rendus des Séances de l’Académie des Inscriptions et Belles Lettres, n. 47, p. 333, 1903.
CORO, F. Vestigia di colonie agricole romane, Gebel, Nefusa. Rome: Sindacato Italiano Arti Grafiche, 1928.
FENTRESS, E. Tribe and faction: the case of the Gaetuli. Mélanges de l’École Française de Rome, n. 94, p. 325-334, 1982.
FONTANA, S. Il predeserto tripolitano: mausolei e rappresentazione del potere. Libya Antiqua, n. 3, p. 149-163, 1997.
GOODCHILD, R. G.; WARD-PERKINS, J. B. The limes Tripolitanus in the light of recent discoveries. The Journal of Roman Studies, n. 39, p. 81-95, 1949.
HINGLEY, R. O imperialismo romano: novas perspectivas a partir da Bretanha. São Paulo: Annablume, 2010.
HUSKINSON, J. Experiencing Rome: culture, identity and power in the Roman Empire. New York: Routledge, 2000.
KORMIKIARI, M. C. N. O conceito de “cidade” no mundo antigo e seu significado para o Norte da África berbere. In: FLORENZANO, M. B.; HIRATA, E. F. V. (org.). Estudos sobre a cidade antiga. São Paulo: Edusp, 2009, p. 137-172
LE GOFF, J. História e memória. São Paulo: Editora da Unicamp, 1996.
LIMA NETO, B. M. Entre a filosofia e a magia: o caso da estigmatização de Apuleio na África romana (sec. II d.C.). Curitiba: Prisma, 2016.
LIVERANI, M. Aghram Nadarif: a Garamantian citadel in the Wadi Tannezzuft. Florence: Society for Libyan Studies, 2006.
LIVERANI, M. Aghram Nadharif and the southern border of the Garamantian kingdom. In: ____________. Arid lands in Roman times. Firenze: Edizioni All’insegna del Giglio, 2003, p. 23-36.
MARICHAL, R. Les ostraca de Bu Njem. Comptes Rendus des Séances de l’Académie des Inscriptions et Belles-Lettres, n. 123-3, p. 436-452, 1979.
MATTINGLY, D. J. Between Sahara and sea: Africa in the Roman Empire. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2023.
MATTINGLY, D. J. et al. Frontiers of the Roman Empire: the African frontiers. Edinburgh: Hussar Books, 2013.
MATTINGLY, D. J. Explanations: people as agency. In: BARKER, G. (ed.). Farming the desert. Tripoli: Unesco, 1996, p. 319-342.
MATTINGLY, D. J. Imperialism, power and identity. Princeton: Princeton University Press, 2011.
MATTINGLY, D. J. The Laguatan: a Libyan tribal confederation in the Late Roman Empire. Libyan studies, n. 14, p. 96-108, 1983.
MATTINGLY, D. J. Tripolitania. London: Taylor & Francis, 2005.
MATTINGLY, D.; DORE, J. Romano-Libyan settlement: typology and chronology. In: BARKER, G. (ed.). Farming the desert. Tripoli: Unesco, 1996, p. 111-158.
MENDES, N. M. O espaço urbano da cidade de Balsa: uma reflexão sobre o conceito de romanização. Fênix, v. 4, n. 1, p. 1-20, 2007.
MENESES, U. B. A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História, n. 115, p. 103-117, 1983.
MENESES, U. B. História e imagem: iconografia/iconología e além. In: CARDOSO, C. F.; VAINFAS, R (org.). Novos domínios da História. Rio de Janeiro: Campus, 2012, p. 243-262.
MORI, L. Between the Saara and the Mediterranean cost: the archaeological research in oasis of Fewet and the rediscovery of the Garamantes. Bolletino di Archeologia on line, n. 330, p. 17-30, 2010.
MORI, L. Fortified citadels and castels in Garamantian times. In: FRIEDERIKE, J.; VOGEL, C. (ed.). The power of the walls: fortications in Ancient Northeastern Africa. Cologne: University of Cologne, 2013, p. 195-216.
NIKOLAUS, J. Beyond Ghirza: Roman-period mausolea in Tripolitania. In: MUGNAI, N.; NILOLAUS, J.; RAY, N. (ed.). De Africa Romaque: merging cultures across north Africa. London: Society for Libyan Studies, 2016, p. 199-214.
REDE, M. História e cultura material. In: CARDOSO, C. F.; VAINFAS, R (org.). Novos domínios da História. Rio de Janeiro: Campus, 2012, p. 133-150.
REVELL, L. Roman imperialism and local identities. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.
WOOLF, G. Becoming roman. New York: Cambridge University Press, 1998.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Belchior Monteiro Lima Neto

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
a. Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação.
b. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a primeira publicação pela revista, com os devidos créditos.
d. Os textos da revista estão licenciados com uma Licença CC BY 4.0 Deed Atribuição 4.0 Internacional (CC BY).