A construção discursiva da histerização de Rousseff
DOI:
https://doi.org/10.47456/simbitica.v12i2.47759Palavras-chave:
território político, mulheres, claustro da histeria, Dilma RousseffResumo
O artigo analisa a exclusão das mulheres do espaço político brasileiro contemporâneo, tomando como caso exemplar a trajetória da ex-presidenta Dilma Rousseff, alvo de um processo de deslegitimação simbólica baseado em sua associação com a histeria, mecanismo historicamente utilizado para controlar e banir o feminino que rompe com padrões normativos de gênero. A pesquisa foca na análise discursiva de matérias jornalísticas que retratam Dilma como desequilibrada e indesejável, culminando em seu banimento do jantar do Grupo Prerrogativas, em 2021. O texto relaciona esses episódios com o conceito de claustro da histeria, mostrando como a misoginia estrutura a exclusão feminina do poder por meio de discursos que unem desumanização, controle social e violência simbólica. A partir do exposto, serão analisadas as matérias “Uma presidente fora de si” (IstoÉ), “Dilma, a vigarista, merecia virar sucessora de Maria I, a Louca” (Veja) e “Dilma virou moribunda como um zumbi e ninguém quer seu retorno ao poder” (Folha de São Paulo), relacionando-as ao não convite ao jantar.
Referências
ALONSO, Gustavo. (2021). “Dilma virou moribunda como um zumbi e ninguém quer seu retorno ao poder. Folha de São Paulo, 13 set. 2021. [Consult. 25-05-2025]. Disponível em folha.uol.com.br/colunas/gustavo-alonso/2021/09/dilma-virou-moribundacomo -um-zumbi-e-ninguem-quer-seu-retorno-ao-poder.shtml
ALSINA, Miguel R. (2009). A construção da notícia. Petrópolis, Vozes.
BERGAMBO, Mônica. (2021). “Ausência de Dilma em jantar de Lula e Alckmin gera polêmica”. Folha de S.Paulo, 27 dez. 2021. Disponível em [Consult. 25-05-2025]. Disponível em folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2021/12/ausencia-de-dilma-em-janta r-de-lula-e-alckmin-vira-polemica.shtml
BASTOS, Raabe C. M.; ALVES, Gabriela S. (2023). “Na ‘Torre das Donzelas’: Dilma Rousseff e representações do Claustro da Histeria”. Iniciacom, v. 12, n. 1, pp. 103-117. [Consult. 25-05-2025]. Disponível em revistas.intercom.org.br/index.php/iniciacom/article/view/4345
BASTOS, Raabe C. M.; ALVES, Gabriela S. (2024). “Por uma estética da histeria feminina: mulheres e silêncios no audiovisual e na literatura”, in L. C. Alvarado (ed.). Hablando (de) las mujeres Comunicación, representaciones de género y activismos feministas. San José, CICOM, pp. 81-110.
BEAUVOIR, Simone. (2019). O segundo sexo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.
BOURDIEU, Pierre. (2001). A produção de crença. Porto Alegre, Zouk.
BOURDIEU, Pierre. (2002). A dominação masculina. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.
BUTLER, Judith. (2021). A força da não violência. São Paulo, Boitempo.
BUTLER, Judith. (2021). Discurso de ódio: Uma política do performativo. São Paulo, Editora Unesp.
ECKER, Gisela. (1986). Estetica feminista. Barcelona, Icaria.
FEDERICI, Silvia. (2021). O patriarcado do salário. Boitempo, São Paulo.
FISCHER, Rosa Maria B. (1996). Adolescência em discurso: mídia e produção da subjetividade. Porto Alegre, PPGEDU/UFRGS.
FOUCAULT, Michel. (2016) As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo, Martins Fontes.
HALL, Stuart. (2007). “Encoding and decoding in the television discourse”, in A. Gray, J. Campbell, M. Erickson, S. Hanson e H. Wood. (orgs.) CCCS selected working papers, vol. 2. Londres/Nova Yorke, Routledge, pp. 387-398.
HUBERMAN, Georges. (2015). Invenção da histeria. Rio de Janeiro, Contraponto.
NUNES, Augusto. (2018). Dilma, a Vigarista, merecia virar sucessora de Maria I, a Louca. Veja. [Consult. 25-05-2025]. Disponível em veja.abril.com.br/dilma-a-vigaristamerecia-virar-sucessora-de-m aria-i-a-louca/
LAGARDE, Marcela. (2016). Los cautiverios de las mujeres: madresposas, monjas, putas, presas y locas. Cidade do México, Siglo XXI Editores México.
PARDELLAS, Sérgio; BERGAMASCO, Débora. (2016). “Uma presidente fora de si”. IstoÉ. [Consult. 25-05-2025]. Disponível em istoe.com.br/450027_UMA+PRESIDENTE+FORA+DE+SI/
PERROT, Michelle. (2005). As mulheres ou os silêncios da história. Bauru, EDUSC.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Raabe Bastos, Gabriela Santos Alves

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
b. Compartilhar - copiar e distribuir o material em qualquer meio ou formato.
Adaptar - remix, transformar e construir sobre o material para qualquer finalidade, inclusive comercial.
c. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a. Authors retain the copyright and grant the magazine the right of first publication, with work simultaneously licensed under the CCreative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
b. Share - copy and distribute the material in any medium or format.
Adapt - remix, transform and build on the material for any purpose, including commercial.
c. Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publish in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
d. Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg.: in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and the citation of the published work (See The Effect of Free Access).








