POLÍTICA SOCIAL DE SAÚDE E FAMÍLIA: ENTRE A PROTEÇÃO E A RESPONSABILIZAÇÃO

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DOI:

https://doi.org/10.22422/temporalis.2021v21n41p270-285

Resumen

A definição de família não é um fenômeno natural, a-histórico e de caráter universal, é uma criação social e histórica mutável. Um fator que se materializa como unanimidade na história das famílias é o protagonismo dessa instituição no contexto da proteção social. A relação da família com os sistemas de proteção social constantemente versa sobre a investigação do papel das mesmas na reprodução social, assim como as condições em que tal realidade se constrói. Família precisa ser pensada em sua relação com o mercado e com o Estado, bem como a compreensão que através do trabalho não remunerado de mulheres se estrutura um dos pilares do Estado de bem-estar social em diversos países, determinando-se não só como unidade social fundamental para a sociedade, mas também como unidade econômica na distribuição de bens e serviços. Família pode ser considerada por duas principais referências em disputa em seu papel na proteção social: a proposta familista e a proposta protetiva, ou, o familismo e a desfamilização. O desmonte das políticas públicas sob a égide do neoliberalismo requisita a criação de um conjunto de estratégias, para a garantia da reprodução social, em um contexto de insuficiência de intervenções do Estado. Assim, a família tem se caracterizado como uma verdadeira parceira do poder público no que diz respeito às práticas de cuidado vinculadas à saúde. Parceria, esta, pautada nos papéis típicos da família imaginária, papel que quando não correspondido, qualifica-se como algo disfuncional, naturalizando a responsabilização dessa instituição e viabilizando a desresponsabilização do Estado.

Palavras-Chave: Família, Proteção Social, Política de Saúde

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Biografía del autor/a

Bruna Cristina Faustino de Souza, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Assistente Social. Especialista em Urgência Emergência. Residência Multiprofissional em Urgência e Emergência Universidade Federal de São Paulo. (UNIFESP, São Paulo, Brasil).

Ana Maria Santana de Alcântara, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Assistente Social. Doutora em Serviço Social. Professora do Departamento de Serviço Social da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. (PUCSP, São Paulo, Brasil).

Graziela Acquaviva, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Assistente Social. Doutora em Serviço Social. Professora do Departamento de Serviço Social da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. (PUCSP, São Paulo, Brasil).

Publicado

01-07-2021

Cómo citar

Souza, B. C. F. de ., Alcântara, A. M. S. de ., & Acquaviva, G. (2021). POLÍTICA SOCIAL DE SAÚDE E FAMÍLIA: ENTRE A PROTEÇÃO E A RESPONSABILIZAÇÃO. Temporalis, 21(41), 270–285. https://doi.org/10.22422/temporalis.2021v21n41p270-285