PRESSUPOSTOS PARA UMA ANÁLISE HISTÓRICO-ESTRUTURAL DA QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2021v21n42p44-61Resumen
Este artigo tem como objetivo apresentar elementos para uma análise histórico-estrutural da formação social brasileira. Busca-se evidenciar os fundamentos constitutivos da acumulação do capital, no contexto do capitalismo dependente, e as contradições expressas na luta de classes, considerando seus ritmos, formas, temporalidades próprias e sua conexão com a totalidade da reprodução global do capital. A conexão supracitada é entendida como possível para se localizar as particularidades do que se apresenta como questão social e suas expressões. As reflexões se encontram alicerçadas no materialismo histórico-dialético e levam em conta os percursos teórico-metodológicos e ético-políticos que moveram o Serviço Social brasileiro para a constituição de novos sentidos e valores anticonservadores, materializados no atual Projeto Ético Político. As sínteses apresentadas resultam de estudos, questionamentos e reflexões coletivas, provocadas pela necessidade de superar as dificuldades no entendimento, tanto da essência dos processos, que o termo questão social pretende designar, quanto da sua apreensão como objeto de trabalho dos assistentes sociais. Sem o intento de trazer respostas prontas, o artigo apresenta uma perspectiva teórico-metodológica para o estudo histórico-estrutural dos fundamentos da questão social no Brasil. Para tanto, expõem-se como categorias teóricas: terra, trabalho, Estado, luta de classes, racismo estrutural e sexismo. Assim, essas categorias se constituem como chaves analíticas, conexas e imprescindíveis. O intuito é contribuir para a reivindicada superação do debate mais abstrato e conceitual, para decifrar a realidade concreta, nas suas complexas e particulares determinações, em relação a totalidade da reprodução global do capital.