TIREM AS CRIANÇAS DO SOFÁ!

RESSONÂNCIAS BIOPOLÍTICAS EM DISCURSOS SOBRE O SEDENTARISMO INFANTIL

Autores

  • Francisco Vieira da Silva Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v14i29.31182

Palavras-chave:

Biopolítica, Discurso, Sedentarismo infantil

Resumo

Este texto tem como objetivo investigar discursos acerca do sedentarismo infantil, visando analisar o funcionamento de estratégias biopolíticas que constroem um saber sobre a criança sedentária e intervêm sobre corpo infantil, de maneira a controlá-lo e inseri-lo no raio de atuação de um poder que se volta para a regulação da vida. Para tanto, partimos das teorizações de Michel Foucault acerca do biopoder e da biopolítica, bem como do discurso, do enunciado e da formação discursiva. Do ponto de vista metodológico, trata-se de um estudo descritivo-interpretativo, de abordagem qualitativa. O corpus de análise compõe-se de três materialidades discursivas que circularam nas mídias digitais. As análises denotam que os discursos acerca do sedentarismo infantil fazem funcionar estratégias biopolíticas, pois, ao patologizarem o sedentarismo, concebem a prática da atividade física como uma condição essencial para a inserção da criança na ordem do discurso da saúde e do bem-estar.

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Biografia do Autor

Francisco Vieira da Silva, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)

Doutor em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); mestre em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); especialista em Ciências da Linguagem aplicadas à Educação a Distância pela UFPB; graduado em Letras pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). É professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Campus de Caraúbas; do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERN; e do Programa de Pós-Graduação em Ensino da associação entre a UERN, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e a UFERSA.

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Publicado

30-12-2020