O QUE BRASILEIROS DIZEM ACERCA DE USOS DE CONSTRUÇÕES COM VERBO-SUPORTE?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v14i28.31224

Palavras-chave:

Construções com DAR., Linguística Funcional-Cognitiva., Pesquisa experimental.

Resumo

Focalizamos padrões construcionais com verbo-suporte DAR, enquanto operador de verbalização de elementos não-verbais do tipo (um(a)) X-[a/i]da, (um(a)) X-[a/i]dinha, (um(a)) X-adela e (um(a)) X-(z)inh[o/a], tal como em dar uma escapadinha e dar uma olhadela. Baseamo-nos em pressupostos da Linguística Funcional-Cognitiva e da Gramática de Construções. Utilizamos dados retirados de situações reais de comunicação, do acervo online do jornal O Globo (1925 a 2015), para lidar com o problema da avaliação subjetiva. A metodologia é a de pesquisa experimental baseada em usos observados nesses textos. Os objetivos consistem em observar quais valores são associados por brasileiros a usos dessas construções e descrever características formais e funcionais desses predicadores complexos considerando também a ótica do usuário sobre eles. Resultados apontam que essas construções põem em evidência não só aspectualidade, mas, principalmente, o valor modal, e tais valores são reconhecidos pelos informantes.

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Biografia do Autor

Pâmela Fagundes Travassos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda, bolsista da CAPES, no Programa de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); mestra em Língua Portuguesa (Letras Vernáculas) pela mesma instituição; especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal Fluminense (UFF); licenciada em Letras - Português-Literaturas pela UFRJ.

Marcia dos Santos Machado Vieira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutora e mestra em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); graduada em Letras - Português/Inglês pela mesma instituição. É professora do Departamento de Letras Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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Publicado

14-10-2020