PRÁTICAS DE ENSINO DE PORTUGUÊS PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGUAS

LIMITAÇÕES DA GRAMÁTICA TRADICIONAL E UMA PROPOSTA FUNCIONALISTA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v14i28.31286

Palavras-chave:

Ensino de língua, Gramática, Funcionalismo, PFOL, Marcadores discursivos

Resumo

A abordagem funcionalista e sua aplicação a práticas didáticas viabilizaram a expansão do ensino de língua para além da gramática prescritiva e a inclusão de diversos aspectos das práticas cotidianas de conversação. O contexto da interação ganha relevância e o ensino de línguas incorpora, assim, elementos que vão além do sintagma ou da frase isolada. O presente trabalho busca demonstrar, através de um estudo de caso com aprendizes de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL) com inglês como língua materna, como um curso baseado exclusivamente na gramática prescritiva apresenta limitações. Para minimizar tais limitações, apresentamos uma proposta de viés funcionalista para o planejamento e a condução de um curso de PFOL. A proposta visa a instrumentalizar os aprendizes com competências não somente linguísticas, mas também sociolinguísticas e pragmáticas.

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Biografia do Autor

Sérgio Duarte Julião da Silva, CET Programas Acadêmicos Brasil

Doutor e mestre em Letras pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em Letras pela mesma instituição. É diretor de Língua Portuguesa no CET Programas Acadêmicos Brasil em São Paulo, com sede em Washington, DC.

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Publicado

14-10-2020