A CONDIÇÃO DE DISTINTIVIDADE NA VARIAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL DE PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR EM CARTAS ESCRITAS POR UM CAPIXABA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v14i28.31334

Palavras-chave:

Sujeito pronominal, Primeira pessoa do singular, Cartas pessoais, Sociofuncionalismo

Resumo

No presente estudo, por meio de uma análise sociofuncionalista (NEVES, 1999; GÖRSKI; TAVARES, 2013), observamos o efeito da ambiguidade sobre a variação do sujeito pronominal em 33 cartas pessoais escritas por um capixaba. Utilizamos como base deste estudo os apontamentos de Kiparsky (1972 apud POPLACK, 1980) acerca da condição de distintividade; os estudos de Paredes Silva (1988) e de Duarte (1993), sobre a variação da expressão do sujeito pronominal; os pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista, de Labov (2008 [1972]); a Sociolinguística histórica de Hernàndez-Campoy; Schilling (2012) e de Conde Silvestre (2007); o detalhamento de Guy e Zilles (2007) sobre o pacote de programas Varbrul. Verificamos nas cartas manuscritas que contextos de ambiguidade morfológica e contextual favorecem o uso do sujeito pronominal explícito, ratificando, assim, a condição de distintividade proposta por Kiparsky (1972 apud POPLACK, 1980).

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Biografia do Autor

Caroliny Batista Massariol, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutoranda (bolsista da CAPES) no Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); mestra em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); licenciada em Letras - Português pela mesma instituição.

Lilian Coutinho Yacovenco, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutora e mestra em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); graduada em Letras - Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela mesma instituição. É professora do Departamento de Línguas e Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

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Publicado

14-10-2020