A FREQUÊNCIA E O PROCESSAMENTO DOS CLÍTICOS DE 2SG

UMA ANÁLISE EXPERIMENTAL COM RASTREADOR OCULAR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v14i29.31974

Palavras-chave:

Clíticos acusativos, 2ª pessoa do singular, Rastreamento ocular, Frequência de uso, Pronomes pessoais

Resumo

Neste estudo, apresento os resultados de um experimento de leitura de frases com rastreador ocular, através do qual analisei o processamento dos clíticos acusativos de 2ª pessoa do singular. Os objetivos desta investigação eram observar como falantes do português brasileiro processam a referência ao interlocutor a partir dos clíticos te, lhe e o/a e verificar se a percepção desses pronomes é influenciada pelas diferenças existentes na frequência de uso. Como referencial teórico, adoto os pressupostos da Linguística Centrada no Uso (BYBEE, 2007; DIVJAK; CALDWELL-HARRIS, 2015). Os resultados sustentam a hipótese de correlação entre uso e cognição: o clítico te, que é o pronome mais frequentemente encontrado nos dados de corpora, foi a forma que demandou menor custo de processamento aos participantes durante a tarefa experimental.

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Biografia do Autor

Thiago Laurentino de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor e mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); bacharel e licenciado em Letras - Português/Literaturas pela mesma instituição. É professor adjunto do Departamento de Letras Vernáculas (Setor de Língua Portuguesa) da Faculdade de Letras da UFRJ.

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Publicado

30-12-2020