Análise da taxa de elocução de crianças capixabas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v15i30.35117

Palavras-chave:

Fala, Fonética, Taxa de elocução

Resumo

Este é um estudo descritivo, de corte transversal, que analisou a taxa de elocução da fala semiespontânea de 50 crianças capixabas. Foram coletadas as amostras da fala espontânea e analisadas as unidades de medidas de sílabas e palavras por minuto e fones por segundo. A análise estatística inferencial foi realizada através do Test T de Student para quantificação das amostras cruzando o p-valor (com significância de 0,05). As crianças foram recrutadas em escolas de ensino fundamental da Grande Vitória e divididas em dois grupos, a saber: Grupo 1 (G1), crianças de 7 anos, e, Grupo 2 (G2), crianças de 10 anos, sendo 25 participantes por faixa etária. Foi observado que as crianças de 7 anos gastam mais tempo total de produção de fala, embora a produção das unidades palavras, sílabas e fones totais seja menor. Não houve efeito da idade para nenhuma das medidas de taxa de elocução, todavia a média das crianças de 10 anos foi maior para palavras e sílabas por minuto. Quando comparadas com as médias pré-estabelecidas para as crianças paulistas, a taxa de elocução da variedade capixaba se apresentou maior. Tal achado fortalece a importância do controle dialetal na análise da taxa de elocução.

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Biografia do Autor

Márcia Emília da Rocha Assis Eloi, Universidade Vila Velha (UVV); Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutora em Linguística pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); mestra em Ciências Fonoaudiológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); graduada em Fonoaudiologia pela Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais (FEAD); especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela mesma instituição; especialista em Linguagem e em Fonoaudiologia Educacional pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. É professora do curso de Graduação em Fonoaudiologia e do Curso de Pós-Graduação em Fonoaudiologia da Universidade Vila Velha (UVV).

Jessyca Afonso dos Santos , Universidade Vila Velha

Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Vila Velha (UVV).

Letícia Corrêa Celeste, Universidade de Brasília (UnB)

Doutora e mestra em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com estágio doutoral na Université Aix-en-Provence; graduada em Fonoaudiologia pela UFMG. É professora do Curso de Graduação em Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade de Brasília (UnB).

Alexsandro Rodrigues Meireles, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutor em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com estágio doutoral na University of Southern California; mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); graduado em Música pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e em Letras - Inglês pela UFMG. É professor do Departamento de Línguas e Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFES.

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Publicado

26-07-2021