Marcação de passado em cabo-verdiano
cruzamentos morfológicos
DOI:
https://doi.org/10.47456/cl.v17i36.40106Palavras-chave:
Língua cabo-verdiana, Língua portuguesa, Aspecto, PassadoResumo
Este artigo trata do uso ou não da morfologia verbal do português em cabo-verdiano, especificamente na codificação de situações passadas. Partimos do pressuposto de que algumas propriedades do sistema linguístico da língua portuguesa são inseridas na língua cabo-verdiana, considerando-se o contexto de bilinguismo e diglossia em Cabo Verbo, o que verificamos ao considerar dados escritos, provenientes da webpage https://www.dexamsabi.com, e orais, advindos do telejornal Cabo Verde Magazine. Observamos percentual maior de divergências, mantendo o cabo-verdiano sua morfologia aspectual para codificação de situações passadas, porém há morfologia suplantada, principalmente na codificação de situações imperfectivas e de situações perfectivas com particípio passado, o que conduz à caracterização do fenômeno como um caso de cruzamento linguístico.
Downloads
Referências
ALEXANDRE, N. Aquisição de Português L2 em Cabo Verde: alguns aspetos morfossintáticos do contacto. In: ARAÚJO, G.; JEFERSON, P.; OLIVEIRA, M. (Orgs.). Português Falado na África Atlântica. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2019, p. 139-163.
BAPTISTA, M. The syntax of Cape Verde Creole: the Sotavento varieties. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 2002.
BESTEN, H.; MUYSKEN, P.; SMITH, N. Theories focusing on the European input. In: ARENDES, J.; MUYSKEN, P.; NORVAL, S. (Orgs.). Pidgins and creoles: an introduction. Amsterdam: John Benjamins, 1994, p. 87-98.
BICKERTON, D. Roots of language. Ann Arbor: Karoma, 1981.
BLOMMAERT, J. Diglossia and Language Contact: Language Variation and Change in North Africa. Cambridge: University Press, 2014a.
BLOMMAERT, J. Ideologias linguísticas e poder. In: SILVA, D.; FERREIRA, D.; ALENCAR, C. (Orgs.) Nova Pragmática: modos de fazer. São Paulo: Cortez, 2014b, p. 67-76.
COELHO, A. Os dialectos românicos ou neolatinos na África, Ásia e América. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa 2(3), p.129-196, 1880.
COSTA, J. V. B.; DUARTE, C. J. O crioulo de Cabo Verde. Breves estudos sobre o crioulo das ilhas de Cabo Verde oferecidos ao Dr. Hugo Schuchardt. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa 6(6), p. 325-388, 1886.
DUARTE, D. A. Cabo Verde: Contribuição para o estudo do Dialecto Falado no seu Arquipélago. Lisbon: Junta de Investigação do Ultramar, 1961.
DUARTE, D. A. Bilinguismo ou diglossia? 2. ed. Praia: Spleen- Edições, 2003.
COMRIE, B. Aspect. Cambridge: Cambridge University Press, 1981.
COMRIE, B. Tense. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
FERGUSON, C. A. Diglossia. Word, vol. 15, p. 325-340, 1959.
GIVÓN, T. A functional-typological introduction. Vol. 1, Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Co, 1984.
HOLM, J.; SWOLKIEN, D. Inflections in 19th c. upper guinea creole texts. Revue Roumaine de Linguistique, 54 (3-4), p. 231-252, 2009.
JACOBS, B. Cape Verdean TA in Its Role as a Progressive Aspect Marker. Papia, 21(2), p. 315-334, 2011.
LANG, J. Breve esboço da gramática do crioulo da ilha de Santiago (Cabo Verde). Santa Barbara Portuguese Studies, Califórnia, v. 5, p. 228-254, 2001.
LANG, J. Gramática do Crioulo da ilha de Santiago (Cabo Verde). Erlangen: FAU, 2018.
LOPES, A. M. As Línguas de Cabo Verde: uma radiografia sociolinguística. Praia:
Edições Uni-CV, 2016.
LYONS, J. Semantics. Cambridge: Cambridge University Press, 1977.
PARSONS, E. C. Folk-Lore from the Cape Verde Islands. The Journal of American Folklore, vol. 34, no.131 p. 89-109, 1921.
PECK, S. Tense, aspect and mood in Guinea-Casamance Portuguese Creole. Ph.D. dissertation, UCLA, 1988.
PEREIRA, D. Descrioulização lexical no contacto entre o caboverdiano e o português. Revista Galega de Filoloxía, no.1, p. 175-185, 2000.
PRATAS, F. Tense features and argument structure in Capeverdean predicates. 2007. 351p. Ph.D. dissertation – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2007.
QUINT, N. Grammaire de Langue Cap-Verdienne: Étude descriptive et compréhensive du créole afro-portugais. Paris: L’Harmattan, 2000.
QUINT, N. Les apontamentos de António de Paula Brito (1887) ou la naissance d’une tradition grammaticale capverdienne autochtone. HEL - Histoire Épistemologie Langage, Les Ulis, v. 1, n. 30, p. 127-153, 2008.
RAMPTON, B. Crossing: Language and Ethnicity among Adolescents. London: Longman, 1995.
RAMPTON, B; CHARALAMBOUS, C. Crossing. In: MARTIN-JONES, M.; BLACKLEDGE, A.; CREESE, A. (Orgs.) The Routledge Handbook of Multilingualism. 1st. Edition. London: Routledge, 2012, p.1-16.
SELINKER, L.; LAKSHAMAN, U. Language transfer and fossilization: the multiple efects principle. In: SELINKER, L. (Org.). Language Transfer in Language Learning. Philadelphia, Revised Edition, 1992, p. 197-216.
SILVA, I. S. Tense and Aspect in Capeverdean Crioulo. In: SINGLER, J. V. (ed.). Pidgin and Creole Tense-Mood-Aspect Systems. Amsterdam: John Benjamins, 1990, p. 143-168.
SUZUKI, M. The markers in Cape Verdean CP. Unpublished manuscript, CUNY, 1994.
TAVARES, B. The Verbal System of the Cape Verdean Creole of Tarrafal, Santiago: A Semantic Analysis of the Tense, Mood and Aspect Markers. 2012. 125p. Dissertação de mestrado – Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2012.
THOMASON, S. G. Language Contact: An Introduction. Edinburgh/Washington: Edinburgh University Press and Georgetown University Press, 2001.
TROUSDALE, G. Variation and education. In: MAGUIRE, W.; MCMAHON, A. (Orgs.) Analysing Variation in English. Cambridge University Press, 2011, p. 261- 279.
TRUDGILL, P. Dialects in contact. Oxford: Blackwell, 1986.
VEIGA, M. Diskrison strutural di lingua Kabuverdianu. Lisboa: Institutu Kabuverdianu di Livru, 1982.
VEIGA, M. O Caboverdiano em 45 lições: estudo sociolinguístico e gramatical. Praia: INIC, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista (Con)Textos Linguísticos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores cedem os direitos autorais do artigo à editora da Revista (Con)Textos Linguísticos (Programa de Pós-Graduação em Linguística da Ufes), caso a submissão seja aceita para publicação. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. É proibida a submissão integral ou parcial do texto já publicado na revista a qualquer outro periódico.
Esta obra está sob Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.