A influência da semântica de posse no processamento de seu e dele

um estudo experimental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v17i36.40282

Palavras-chave:

formas possessivas, terceira pessoa do singular, Português brasileiro, sistema pronominal

Resumo

Apresentamos, no presente artigo, os resultados de um experimento de leitura automonitorada (self-paced reading), por meio do qual investigamos a influência da variável tipo semântico de posse em sentenças com as formas possessivas de terceira pessoa. O objetivo deste estudo foi averiguar se posses mais prototípicas (envolvendo um possuidor humano e um objeto possuído concreto e alienável) ou menos prototípicas (envolvendo um possuidor inanimado e um objeto possuído concreto e alienável) condicionariam, em termos de processamento, uma leitura mais rápida ou custosa para os falantes do português brasileiro quando conjugadas às formas possessivas seu e dele. Adotamos como aporte teórico os estudos de base funcional-cognitiva (HEINE, 1997) e utilizamos o paradigma da metodologia experimental. Os resultados obtidos foram ao encontro da hipótese de que a semântica de posse mais prototípica favorece o processamento mais rápido da forma dele, enquanto seu é processado mais rapidamente em cenários de posse menos prototípica.

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Biografia do Autor

Dailane Guedes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduada em Letras (Português-Literaturas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2015). Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa) pela mesma universidade (2017). Doutora em Letras Vernáculas pela UFRJ (2021). Graduanda do bacharelado em Letras (Português/Francês). Tem experiência em Sociolinguística, História da Língua Portuguesa e estudos da Língua Francesa.

Thiago Laurentino, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduado em Letras (Português-Literaturas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012). Mestre e Doutor em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor adjunto do Departamento de Letras Vernáculas da UFRJ, Faculdade de Letras da UFRJ. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística e do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da UFRJ.

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Publicado

31-07-2023